Aprovada proposta que prorroga a desoneração da folha de pagamentos

Objetivo da prorrogação é preservar empregos; fim da desoneração está previsto para dezembro próximo

Aprovada proposta que prorroga a desoneração da folha de pagamentos até 2026
O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) é o relator do PL - Imagem: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

O Projeto de Lei (PL) 2541/21 foi aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira, 15. O PL prorroga de dezembro de 2021 para dezembro de 2026 a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia.

Os setores escolhidos o foram por serem considerados os mais intensivos em mão de obra. São eles: calçados, call center, comunicação, confecção/vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação, tecnologia de comunicação, projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviários de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

O relator do projeto, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), deu parecer favorável e justificou:

A extinção da desoneração da folha representaria obstáculo à manutenção e à geração de empregos, pois agravaria custos de contração para os importantes setores da indústria, dos serviços, dos transportes e da construção.

Goergen afirmou, ainda, que a pandemia da Covid-19 trouxe incertezas sobre a recuperação econômica no curto prazo. De acordo com o deputado, o ritmo da retomada não se encontra num patamar satisfatório e os segmentos mais diretamente afetados pelo distanciamento social continuam bastante deprimidos. “Por isso, não parece oportuno retirar os estímulos fiscais hoje existentes, em especial os de natureza tributária”, defendeu.

A proposta aprovada altera a Lei 12.546/11, que trata de temas tributários. O texto também eleva em um ponto percentual a alíquota de Cofins-Importação para um conjunto de produtos, de forma a equilibrar os custos entre bens produzidos no Brasil e no exterior.

Vetos presidenciais

Em 2020, o Congresso Nacional aprovou o aumento da Cofins-Importação nos itens que concorrem com a produção de setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. No entanto, ao sancionar a Lei 14.020/20, o presidente Jair Bolsonaro vetou esse ponto, e o Congresso manteve o veto.

Na ocasião, Bolsonaro também vetou a prorrogação, até o próximo dia 31 de dezembro, da desoneração da folha para os mesmos 17 setores. O Congresso, no entanto, derrubou esse veto. Na Câmara dos Deputados foram 430 votos a 33 em defesa da desoneração. No Senado, 64 votos a 2.

Segundo o governo, a desoneração até o final deste ano custará R$ 10 bilhões aos cofres públicos. O mecanismo permite que as empresas paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de 20% sobre a folha de salários. Os setores beneficiados dizem que isso ajuda a manter 6 milhões de empregos.

No projeto, o deputado Efraim Filho (DEM-PB) não estimou os custos da eventual nova prorrogação. “A análise do impacto orçamentário e das possíveis compensações, assim como de medidas para a boa governança e a prudência fiscal, poderá ocorrer durante o processo legislativo, com o oportuno diálogo com o Poder Executivo”, disse.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Leia também: Sergipe é destaque na criação de camarão em cativeiro