90% dos empresários temem a crise hídrica


90% dos empresários temem a crise hídrica
Imagem: Tony Winston / Agência Brasil

De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 90% dos empresários estão preocupados com a crise hídrica no país. Os números indicam que 63% dos empresários estão preocupados com o risco de racionamento e possibilidade de instabalidade ou de interrupções no fornecimento de energia. Além disso, 83% deles têm como principal temor o aumento do curso da energia.

A pesquisa ouviu 572 empresas, sendo 145 de pequeno porte, 200 empresas de médio porte e 227 grandes entre os dias 25 de junho e 2 de julho.

O Brasil enfrenta a pior crise hídrica em 91 anos. O governo adotou medidas como o acionamento de termelétricas, diminuição da vazão de usinas hidrelétricas e abriu consulta pública para a redução voluntária de consumo de energia elétrica. O ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) nega a possibilidade de apagão ou racionamento.

Há 20 anos, desde o racionamento de 2021, o brasileiro é assombrado pelo fantasma da falta de energia. Mas o problema é estrutural e as mudanças climáticas são inquestionáveis. De acordo com dados da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o país vive a pior escassez de água dos últimos 91 anos, mas a culpa não é apenas do clima. É preciso olhar para os erros de planejamento do setor elétrico.

De acordo com artigo de Adriano Pires para o Poder 360, um dos erros foi a prioridade à construção de usinas sem reservatório, as conhecidas usinas a fio d’água. As usinas a fio d’água não dispõem de reservatório. Com isso, passam a ter uma geração intermitente só gerando quando chove. Os últimos grandes projetos no Brasil foram as usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, no Pará, que custaram bilhões sem aumentar a capacidade de geração durante todo o ano.

Pires destaca que, nos últimos 20 anos a nossa matriz elétrica permanece com predominância da fonte hídrica e um crescimento acentuado da eólica. O destaque das renováveis é positivo, mas o planejamento é de extrema importância, dada a intermitência e sazonalidade dessas fontes. A perda da capacidade de regularização dos reservatórios das hidroelétricas e a forte expansão das fontes renováveis intermitentes estão tornando a operação do SIN (Sistema Interligado Nacional) cada vez mais complexa, dependente do clima e com baixa confiabilidade.

O artigo completa pode ser acessado através do link: Motivos e soluções para a crise de energia, escreve Adriano Pires.

 

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