Após quase cinco meses da indicação feita por Bolsonaro para o cargo de ministro do STF, André Mendonça, ex-AGU e ex-ministro da Justiça, passou pela sabatina e foi aprovado em plenário.
Mendonça fez o seu discurso inicial voltado para desarmar as bombas que o presidente da República soltou no seu colo desde a indicação. A começar pelo “terrivelmente evangélico“, termo utilizado por Bolsonaro.
Durante a sabatina, Mendonça disse que “na vida, a Bíblia, no Supremo, a Constituição”. E completou declarando que “ainda que eu seja genuinamente evangélico, entendo não haver espaço para manifestação pública religiosa durante as sessões do Supremo Tribunal Federal”.
Porém, não demorou para que o futuro ministro do STF se despisse da capa. Já com o nome aprovado, o discurso mudou de tom em declaração à imprensa. “Um passo para o homem, um salto para os evangélicos”, comemorou Mendonça.
O ex-ministro da Justiça vai para o Supremo Tribunal Federal com a maior rejeição da história na votação. Foram 47 votos favoráveis e 32 contrários em plenário. Foi o recorde de votos negativos desde 1988. O segundo colocado é Edson Fachin, com 27 contrários.
Mendonça é o segundo ministro do STF indicado por Bolsonaro — o outro é Kassio Nunes Marques, aprovado em outubro do ano passado por 57 votos a 10.
A data de posse de André Mendonça ainda será agendada pelo presidente do STF, ministro Luiz Fux. Em nota, Fux disse que pretende realizar a cerimônia de posse até o fim do ano.