Média anual de incidência de raios vai subir no Brasil


O temporal e as fortes descargas elétricas que atingiram Aracaju nesta madrugada, 24, deixaram em alerta muitos moradores da capital sergipana. É possível ler relatos nas redes sociais de pessoas que acordaram ou simplesmente não conseguiram dormir com o barulho dos trovões, o clarear dos relâmpagos ou mesmo a queda de energia que aconteceu em alguns pontos da cidade. E de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) a incidência desses fenômenos meteorológicos apresenta tendência de crescimento no Brasil, que já é líder no ranking mundial de países com incidências de raios, com uma média de 77,8 milhões de registros por ano.

O número, no entanto, é pequeno, se comparado ao total registrado nos dois últimos anos. Em 2021, caíram 154 milhões de raios em território brasileiro. Em 2020 foram 126 milhões. A expectativa é de que, ao final deste século, a média brasileira seja de 100 milhões de raios anualmente.

De acordo com o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosféricas do Inpe, Osmar Pinto Júnior, as mudanças climáticas influenciam esse fenômeno, uma vez que “tempestades e raios aumentam devido à umidade do ar e altas temperaturas”. Ele acrescenta que a incidência fica ainda maior durante a primavera e o verão, temporada que é mais propícia para esse tipo de fenômeno.

A liderança brasileira no ranking de incidência de raios por ano não é pequena. O segundo lugar é ocupado pela República Democrática do Congo, onde incidem, anualmente, 43,2 milhões de raios. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 35 milhões de raios por ano, seguidos de Austrália (31,2 milhões de raios), China (28 milhões) e Índia (26,9 milhões).

A expectativa é de que as maiores altas na ocorrência de raios ocorram na Região Norte (50%). Já a Região Nordeste deve sofrer pequeno crescimento (10%). “As demais regiões devem ter aumentos na ocorrência de raios entre 20% a 40%. Aumentos maiores podem ocorrer em pequenas regiões localizadas. Dessa forma, a atual incidência de 70 milhões de raios por ano no país deve aumentar para 100 milhões de raios por ano”, disse o coordenador em entrevista à Agência Brasil.

Cuidados

Segundo o site do Inpe, para se proteger dos raios é recomendado não sair ou permanecer na rua durante tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Neste caso, procurar abrigo em locais como carros, ônibus e outros veículos metálicos não conversíveis, moradias ou prédios de preferência que possuam proteção contra raios, e abrigos subterrâneos como metrôs ou túneis.

Se estiver dentro de casa, evitar usar telefone, a não ser que seja sem fio; ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas; tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica. Se estiver na rua, evitar segurar objetos metálicos longos, como varas de pesca, tripés e tacos de golfe; empinar pipas e aeromodelos com fio; andar a cavalo; nadar; e ficar em grupos.

Se possível, evitar os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra raios: pequenas construções não protegidas, como celeiros, tendas ou barracos; veículos sem capota, como tratores, motocicletas ou bicicletas; estacionar próximo à árvores ou linhas de energia elétrica.

O Inpe recomenda, ainda, evitar certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade, como: topos de morros ou cordilheiras; topos de prédios; áreas abertas, campos de futebol ou golfe; estacionamentos abertos e quadras de tênis; proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas, trilhos e árvores isoladas; estruturas altas, como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.

 

Com informações da Agência Brasil e do Inpe.