O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) chegou aos 51,1 pontos em novembro, após atingir os 52,7 pontos no mês anterior. A escala varia de zero a 100, e resultados acima de 50 mostram otimismo entre os entrevistados.
De acordo com o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, ao pensar sobre seu próprio negócio, os empresários mostraram-se muito mais otimistas do que ao avaliar o desempenho da economia, ainda visto como negativo nos últimos seis meses. “De todo modo, o número de empresários que têm essa percepção vem caindo ao longo dos meses. Isso reflete o processo de retomada que a economia brasileira começa a esboçar, com a queda da inflação, redução dos juros e com o tímido resultado da atividade esperado para 2017”, disse.
O Indicador de Expectativas, que busca medir o que os empresários aguardam para os próximos seis meses, marcou 60,6 pontos e o Indicador de Condições Gerais, que mede a avaliação que os empresários fazem dos últimos seis meses, marcou 39,4 pontos. De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ao longo de todos os meses a avaliação do passado ficou bem abaixo das expectativas para o futuro.
“No último mês, mais de 20 pontos separaram a avaliação do passado das perspectivas futuras. Ao longo dos últimos meses, a economia exibiu alguma melhora: os juros e a inflação cederam e atividade começou a se recuperar. Mas nada disso repercutiu de modo significativo no dia-a-dia do micro e pequeno empresário”, explicou.
Expectativas
Segundo a pesquisa, a avaliação dos empresários sobre a economia nos últimos seis meses registrou 35,5 pontos, enquanto a análise do desempenho de seu próprio negócio chegou aos 43,3 pontos. No caso das expectativas para os próximos meses, a dimensão da economia mostrou 55,1 pontos e a dos negócios 66,0 pontos.
O levantamento mostrou também que 54% dos micro e pequenos empresários consideraram que a economia piorou nos últimos seis meses, mas 42% mostraram confiança de que os próximos seis meses serão melhores. Quando questionados sobre o desempenho dos negócios, 39% notaram piora recente em suas empresas, mas 60% demonstraram confiança com relação ao futuro. De acordo com o indicador, 44% dos micro e pequenos empresários que estão otimistas com a economia não sabem explicar a razão desse sentimento positivo. Outros 24% mencionam a melhora de indicadores econômicos e 15% acreditam na resolução da crise política.
Entre aqueles que estão com boas expectativas com a economia, 30% não sabem explicar os motivos. Para 21%, os investimentos na empresa podem ser a razão. Outros 20% citam a boa gestão dos negócios. Os micro e pequenos empresários que esperam crescimento são 45%, enquanto aqueles que esperam por estabilidade são 40%.
Para os pessimistas, a política é a principal razão por não acreditar em melhoras na economia para o futuro (41%). Entre aqueles que notaram piora no desempenho de seus negócios nos últimos seis meses, 75% dizem que a queda das vendas é o sintoma mais evidente. Os empresários que não estão confiantes com o futuro de sua empresa chegam a 64%, apontando como causa principal para isso a crise econômica e a queda das vendas (19%).
Agência Brasil