Com a popularização do armazenamento de dados em nuvem, muitas empresas brasileiras passaram a optar por este tipo de serviço a fim de garantir a estruturação, segurança e disponibilidade de seus dados. No entanto, uma das questões que tem onerado em muitos negócios nos últimos meses é a variação do dólar, moeda utilizada como pagamento em grande parte dos serviços de cloud pública. Isso porque os fornecedores mais utilizados possuem estrutura nos EUA.
Para se ter uma ideia, entre abril de 2019 e abril de 2020, a variação do dólar chegou a 41%. Isso significa que companhias optam pela contratação de cloud pública com fornecedores estrangeiros sentiram este aumento em seus contratos. O elevado custo acaba dando abertura para a oferta de nuvem privada em estrutura de fornecedores brasileiros.
É o caso do Grupo Bludata, que oferece estrutura de data center através da Global Gate DC, empresa que está entre as 40 brasileiras certificadas internacionalmente em nível Tier III. Além da segurança do armazenamento de dados, Jean Jader Martins, diretor comercial da empresa, diz que o fato de não haver variação dos custos na comparação com moedas estrangeiras é um atrativo para esse tipo de oferta.
“Ter infraestrutura própria de armazenamento de dados onera significativamente o caixa das empresas. Por conta disso, muitos negócios acabaram optando pela nuvem pública após o serviço de cloud se popularizar. No entanto, a redução de custos com a estrutura acaba não sendo vantajosa quando a moeda utilizada como referência para o contrato sobe significativamente. Neste caso, ter um fornecedor brasileiro e certificado compensa muito mais do que uma estrutura internacional”, diz.
A fintech brasileira PagueVeloz é uma das empresas que optou por cloud privada com a Global Gate. “Nossa operação é bastante crítica, porque está ligada com a gestão financeira de milhares de negócios. Isso significa que precisamos oferecer segurança e disponibilidade, ao mesmo tempo que não podemos onerar nossa operação investindo em estrutura própria. Optar por cloud privada de um fornecedor foi uma solução bastante interessante, porque temos uma estrutura exclusiva preparada de acordo com padrões internacionais de segurança e ao mesmo tempo estabilidade de custos, o que nos permite manter os investimentos, sem surpresas no orçamento. Além disso, pesa positivamente a proximidade com o fornecedor, o que facilita ajustes e melhorias, bem como atendimento mais eficiente”, destaca José Henrique Kracik da Silva, CTO da PagueVeloz.
Controlar os custos, inclusive, é uma preocupação constante e ainda mais evidente em períodos de crise. “Muitas empresas estão reorganizando toda a operação a fim de enxugar gastos e a infraestrutura pode ser uma vertente muito impactante neste sentido. Não ter previsibilidade do investimento que precisará ser feito na operação vai comprometer todo o processo financeiro. Neste momento, uma cloud privada pode ser um dos pilares para o reajuste necessário”, reforça Jean.