Quem é o rei da selva, perguntou Carolina Angarita, country manager para Colômbia e diretora de operação digital para América Latina na Discovery, ao público do primeiro dia do evento de marketing e comunicação ProXXIma 2019. “Não é o leão. Ele só gosta de sair em filmes e na TV. O rei é o elefante”, respondeu. No entanto, o mamífero de grande porte, que segundo Carolina representa as grandes empresas, está sendo colocado dentro de um tanque cheio de piranhas, as startups. E, nessa caçada, plataformas tecnológicas com conteúdo qualificado serão o grande diferencial. Na Discovery, a executiva busca levar a experiência dos canais da rede para além da tela da TV, impulsionando a marca via novos ecossistemas, com produções de qualidade.
Para a executiva da Discovery, o fato de 124 milhões de brasileiros já estarem usando smartphones explica a necessidade de marcas, agências e veículos estarem presentes em plataformas digitais. “Há mais brasileiros no Facebook do que duas vezes a população da Argentina”, disse. “Estamos sendo exigidos a agir, porque o futuro começa aqui e agora. O conteúdo vai estar em todos os lugares. No entanto, tudo isso levando em consideração o brand safety”, acrescentou.
“Plataformas tecnológicas com conteúdo qualificado poderão salvar as grandes empresas da extinção”
Quatro ideias
A saída para o futuro dos elefantes, de acordo com Carolina, concentra-se em quatro ideias: foco na obsessão do consumidor e na sustentabilidade, no bem-estar, no desejo do cliente participar do mundo e em verticais. “Depois do foco na obsessão de desejo e compra do consumidor, a preocupação com sustentabilidade tem sido o grande diferencial da população em comparação com gerações anteriores. A sustentabilidade tem sido uma macrotendência global, que cresce todos os dias e não só entre os millenials”, falou. “Além disso, em relação ao bem-estar, as pessoas cuidam de seu corpo e alma e as empresas precisam estar atentas a isso. Porém, essa é uma onda que ainda não chegou no pico na América Latina. Quanto ao fato dos consumidores e famílias quererem participar do mundo: se algum produto não funciona mais, a gente trabalha, coloca nas redes sociais. E, nessa onda, é preciso pensar em verticais da vida real, afinal 50% das conversas nas mídias sociais diz respeito a vida real”, explica.
Consumidor Final
No futuro, segundo a profissional da Discovery, não importará a sua competência do profissional, mas sim observar o consumidor final. “Nós temos milhares de dados que podem servir para tudo ou para nada”, disse. “Nesse contexto, é bom perguntar quando há um mar de dados na minha frente, qual o problema que quero solucionar com ele. Uma vez feita essa pergunta, é importante definir o êxito e conseguir medir os dados”, propôs Carolina como solução para as empresas se destacarem perante a concorrência.
Conteúdos integrados
Carolina inda disse que não há diferentes conteúdos para cada veículo, uma vez que precisam estar integrados. “E, precisamos fazer isso por meio da inteligência artificial. Cupido, do Discovery, permite usar inteligência artificial com machine learning para entender o impacto de uma marca em tempo real. Recebemos a marca, fazemos a campanha e introduzimos a comunicação na ferramenta. A ferramenta diz com qual público essa campanha específica está dando match e também diz onde esse público está”.
Grande parte das maiores empresas do mundo (90%) desapareceu nos últimos anos. Para a executiva da Discovery, só as empresas que fizeram transformação digital que sobreviveram. “Os nossos conteúdos, serviços e campanhas precisam atender aos sentidos das pessoas. Temos que criar surpresas. E, também o storytelling visual. E, precisamos levar em conta a microaprendizagem. Mais do que nunca é relevante deixar algo melhor do que você encontrou no planeta”, falou.