Neste início de janeiro, Nova York sediou um dos maiores eventos do mundo voltados ao varejo, o Retail’s Big Show, promovido pela Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos (NRF). Além da feira, a entidade, em conjunto com a IBM realizou uma pesquisa abrangente sobre tendências mundiais de consumo, como as motivações das decisões de compra individuais. Foram ouvidos 19 mil consumidores de 28 países, entre os quais do Brasil, de todos os grupos demográficos e idades entre 18 e 73 anos.
A principal conclusão do estudo é a de que não basta mais para os consumidores que as empresas de bens de consumo – e consequentemente os varejistas – atendam quesitos como preço e conveniência. Um terço dos consumidores está disposto a deixar de comprar um produto se perder a confiança nele – um terço dos respondentes, aliás, já afirmou ter feito isso em 2019. A tendência é que os consumidores priorizem empresas cujas práticas sejam sustentáveis, transparentes e com as quais sintam afinidade de valores.
Uma vez que os consumidores já encaram a conveniência como algo “default”, valores corporativos passam a ser colocados acima dela e dos preços baixos. Assim, 70% desses consumidores que valorizam propósito estão dispostos a pagar até 35% mais por produtos reciclados ou ecológicos e 57% estão dispostos a mudar hábitos de compra para ajudar a reduzir os danos ambientais de seu consumo.
Para 79% dos respondentes é importante que as marcas garantam autenticidade dos produtos, como certificações. Dentre essas pessoas, 71% também estão dispostas a pagar até 37% a mais para empresas que confiram total transparência aos produtos.
E uma vez que preço e conveniência já não são argumentos suficientes, a IBM e a NRF fizeram algumas recomendações para quem queira recuperar participação de mercado ou se manter competitivo:
– Ganhar a confiança dos consumidores por meio de transparência e rastreabilidade (com informações sobre forma como os produtos são fabricados, qualidade dos ingredientes, mostrar se são sustentáveis e de origem ética);
– Avaliar a sustentabilidade por meio do impacto econômico (ou seja, ajudar a construir uma economia circular e sustentável para as gerações futuras, preservando recursos e evitando desperdícios, além de mensurar a cadeia de ponta a ponta);
– Agregar mais flexibilidade, e não mais produtos (com as interações digitais, é preciso também inovar na loja física, para fornecer uma experiência consistente da marca em todos os canais).
Fonte: Meio&Mensagem