Brasileiros esperam mais representatividade da propaganda


Cento e três milhões de brasileiros afirmam não se identificar com as propagandas de TV |Foto? Opção Brasil

Pesquisa do Instituto Locomotiva, cujo novo sócio é Marcelo Tas, mostra que consumidores não se identificam com a publicidade na TV

O brasileiro não se vê representado pelas propagandas exibidas na televisão e espera das marcas maior representatividade. A constatação é da pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva. Criado em agosto do ano passado por Renato Meirelles, ex-Data Popular, e seu sócio, Carlos Júlio, o Locomotiva acaba de receber o apresentador Marcelo Tas como head de inovação e sócio.

O levantamento foi realizado de fevereiro a abril deste ano, em duas fases, e considerou respostas de 1200 e 1800 entrevistados. O resultado das entrevistas foi confrontado com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. Como análise, foi constatado que a confiança ainda é um item a ser trabalhado pelas empresas brasileiras em relação a seus consumidores.

Um total de 101 milhões de consumidores não confiam nas empresas e 103 milhões afirmam que não se identificam com as propagandas de TV. Três de cada quatro brasileiros, cerca de 76%, afirmam que as propagandas deveriam representar melhor a diversidade da população brasileira.

“O resultado da pesquisa deixa claro que as propagandas estão longe de conseguir construir identidade com os consumidores brasileiros. É como se ela utilizasse a linguagem do século 20 para falar com o consumidor do século 21. As empresas precisam entender que o poder mudou de mãos. O poder não está mais nas marcas, mas nos consumidores”, diz Renato Meirelles.

Quando o recorte é feito por grupos específicos, a pesquisa mostra que a percepção de não representatividade é maior para os negros. De acordo com o PNAD, em 2005, 50% dos brasileiros se declaravam negros, ou seja, 91 milhões de pessoas. Hoje, 54% dos brasileiros são negros, igual a 110 milhões de pessoas.

Deste grupo, 82% afirmam gostar de produtos que melhorem sua autoestima. Um total de 53% das mulheres se consideram negras, e 73% consideram que a TV mostra mais mulheres loiras nas propagandas. 47% das mulheres têm cabelos crespos ou cacheados, e 83% consideram que a TV mostra mais mulheres com cabelos lisos nas propagandas. Um total de 85% dos negros acham que as empresas devem respeitar a diversidade de seus clientes.

Quando o grupo analisado é divido por gênero, o levantamento constata que o Brasil possui 105 milhões de mulheres e que, em 20 anos, dobrou o percentual de lares chefiados por mulheres. Somente 7% das brasileiras se sentem adequadamente representadas pelas propagandas de TV. Três em cada quatro brasileiras concordam que propagandas que subestimam a mulher as incomodam. Mesmo entre os homens, 67% concordam com esta afirmação.

Marcelo Tas afirma que sua chegada como sócio do Instituto Locomotiva se relaciona à busca por compreensão de como os cidadãos se comportam diante de um cenário de mudança. “Minha tarefa será descobrir como usar bem as novas réguas de medir o comportamento de cidadãos e empresas na era da ciência de dados e da avalanche de informação. Nossa missão é entender o cruzamento números x pessoas x negócios para colaborar na criação de uma sociedade que produza abundância com igualdade de oportunidades para todos”, diz Tas.

Renato Meirelles afirma que a maioria das pessoas conhece só a figura pública de Tas, e, exatamente por isso, pode achar inusitado a entrada de um jornalista e apresentador nesse projeto. “Ao mesmo tempo em que o Marcelo vem provocando novos olhares sobre o mercado, desvendando as demandas latentes do brasileiro, ele também nos ajuda nas recomendações estratégicas de comunicação e publicidade”, diz Meirelles.

Meio e Mensagem

Brasileiros esperam mais representatividade da propaganda


Cento e três milhões de brasileiros afirmam não se identificar com as propagandas de TV |Foto? Opção Brasil

Pesquisa do Instituto Locomotiva, cujo novo sócio é Marcelo Tas, mostra que consumidores não se identificam com a publicidade na TV

O brasileiro não se vê representado pelas propagandas exibidas na televisão e espera das marcas maior representatividade. A constatação é da pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva. Criado em agosto do ano passado por Renato Meirelles, ex-Data Popular, e seu sócio, Carlos Júlio, o Locomotiva acaba de receber o apresentador Marcelo Tas como head de inovação e sócio.

O levantamento foi realizado de fevereiro a abril deste ano, em duas fases, e considerou respostas de 1200 e 1800 entrevistados. O resultado das entrevistas foi confrontado com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. Como análise, foi constatado que a confiança ainda é um item a ser trabalhado pelas empresas brasileiras em relação a seus consumidores.

Um total de 101 milhões de consumidores não confiam nas empresas e 103 milhões afirmam que não se identificam com as propagandas de TV. Três de cada quatro brasileiros, cerca de 76%, afirmam que as propagandas deveriam representar melhor a diversidade da população brasileira.

“O resultado da pesquisa deixa claro que as propagandas estão longe de conseguir construir identidade com os consumidores brasileiros. É como se ela utilizasse a linguagem do século 20 para falar com o consumidor do século 21. As empresas precisam entender que o poder mudou de mãos. O poder não está mais nas marcas, mas nos consumidores”, diz Renato Meirelles.

Quando o recorte é feito por grupos específicos, a pesquisa mostra que a percepção de não representatividade é maior para os negros. De acordo com o PNAD, em 2005, 50% dos brasileiros se declaravam negros, ou seja, 91 milhões de pessoas. Hoje, 54% dos brasileiros são negros, igual a 110 milhões de pessoas.

Deste grupo, 82% afirmam gostar de produtos que melhorem sua autoestima. Um total de 53% das mulheres se consideram negras, e 73% consideram que a TV mostra mais mulheres loiras nas propagandas. 47% das mulheres têm cabelos crespos ou cacheados, e 83% consideram que a TV mostra mais mulheres com cabelos lisos nas propagandas. Um total de 85% dos negros acham que as empresas devem respeitar a diversidade de seus clientes.

Quando o grupo analisado é divido por gênero, o levantamento constata que o Brasil possui 105 milhões de mulheres e que, em 20 anos, dobrou o percentual de lares chefiados por mulheres. Somente 7% das brasileiras se sentem adequadamente representadas pelas propagandas de TV. Três em cada quatro brasileiras concordam que propagandas que subestimam a mulher as incomodam. Mesmo entre os homens, 67% concordam com esta afirmação.

Marcelo Tas afirma que sua chegada como sócio do Instituto Locomotiva se relaciona à busca por compreensão de como os cidadãos se comportam diante de um cenário de mudança. “Minha tarefa será descobrir como usar bem as novas réguas de medir o comportamento de cidadãos e empresas na era da ciência de dados e da avalanche de informação. Nossa missão é entender o cruzamento números x pessoas x negócios para colaborar na criação de uma sociedade que produza abundância com igualdade de oportunidades para todos”, diz Tas.

Renato Meirelles afirma que a maioria das pessoas conhece só a figura pública de Tas, e, exatamente por isso, pode achar inusitado a entrada de um jornalista e apresentador nesse projeto. “Ao mesmo tempo em que o Marcelo vem provocando novos olhares sobre o mercado, desvendando as demandas latentes do brasileiro, ele também nos ajuda nas recomendações estratégicas de comunicação e publicidade”, diz Meirelles.

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