A queda foi registrada nos primeiros cinco meses deste ano
De acordo com dados da Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), as vendas de vinhos e espumantes nacionais caíram 6,3% nos primeiros cinco meses deste ano, na comparação com igual período de 2015. A quebra da safra de uva no Sul do País – uma redução de 57% em relação ao ano passado – e o aumento de impostos no fim de 2015 são apontados como os principais motivos da retração.
“Com a alta do IPI e do ICMS em muitos Estados, a participação dos tributos no preço final subiu de 56% para 77%”, diz o presidente da entidade, Dirceu Scottá. O imposto federal, antes de R$ 0,73 por garrafa, passou a representar 10% do valor da unidade.
Até 2015, o mercado resistia à crise, e as vendas subiram 1,68% em relação a 2014. “A alta do dólar teve um impacto positivo no primeiro momento, mas, com a alta da tributação, perdemos a competitividade conquistada.”
Linha menor
A colheita da vinícola Salton, no Rio Grande do Sul, caiu de cerca de 15 milhões de quilos para 6 milhões neste ano, diz a diretora-executiva, Luciana Salton. “Os estoques, que antes eram um problema, acabaram por ser uma salvação.”
A companhia deverá encolher sua linha, com 60 tipos de vinhos e espumantes, por falta de matéria-prima. Outra solução foi lançar um produto feito com uvas malbec da Argentina. “É a nossa primeira importação, serão 40 mil caixas.” Apesar dos entraves do setor, as vendas da marca no primeiro semestre ficaram estáveis, diz Salton. De acordo com Luciana, em 2015, a Salton faturou R$ 338 milhões.