O ano de 2020 é considerado por muitos um ano para ser esquecido, principalmente para a indústria de transporte aéreo. Com número de passageiros despencando e pressão para redesenhar operações para atender às mudanças nos regulamentos de viagens, 2020 foi um ano irreconhecível para o setor.
Por outro lado, um dado positivo para a aviação foi a aceleração de projetos de digitalização, com um impulso unificado para tecnologias de autoatendimento e touchless – sem toque – em operações. De acordo com o relatório da SITA (empresa líder mundial em tecnologia da informação e comunicação no transporte aéreo), Baggage IT Insights, 75% dos aeroportos e companhias aéreas estão priorizando opções de etiquetagem de bagagem sem atendimento humano, através de quiosques e dispositivos móveis de passageiros. A grande maioria das companhias aéreas e dos aeroportos declararam na pesquisa que planejam tornar disponível a entrega total de bagagem sem assistência até 2023.
No entanto, a bagagem continua sendo uma área onde o autosserviço e a adoção da tecnologia móvel é mais lenta em comparação com check-in móvel ou auto-embarque. Além disso, é preciso que a tecnologia também seja utilizada para melhorar o serviço voltado para o transporte das bagagens. E, felizmente, isso já vem acontecendo.
Apesar da redução da força de trabalho em aeroportos e companhias aéreas globalmente devido à pandemia da covid-19, o número de malas extraviadas estava estagnado entre 2018 e 2019 em 5,6 malas para cada mil passageiros, e caiu para 3,5 em 2020. Um ponto que ajudou na redução desse percentual foi a diminuição significativa de voos de longo curso, que historicamente representam a maioria dos casos de malas extraviadas. Viagens internacionais são as mais longas e foram as mais afetadas.
Com menos passageiros no ar e número de voos reduzidos, ficou mais fácil para as companhias aéreas realizarem o transporte de malas com menos chances de interrupções. Entretanto, o tempo necessário para resolver os casos de malas extraviadas aumentou. Isso por que os recursos destinados a esse ponto foram reduzidos e serão reestabelecidos à medida que o volume de passageiros se recupera.
Depois de atingir um máximo de 4,54 bilhões de passageiros em 2019, a pandemia da covid-19 causou um impacto tão grande na indústria de transporte aéreo que, em 2020, os números caíram para 1,8 bilhão, o menor desde que a SITA começou a realizar o relatório em 2007.
Em números absolutos, o número de malas extraviadas reduziu drasticamente. Em 2020, o setor teve um total de 6,3 milhões de malas extraviadas, uma redução de 87% em relação a 2007, no início da série, quando o total chegava a 46,9 milhões de malas desaparecidas.
A IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos) prevê que as viagens aéreas não retornarão aos níveis anteriores à crise até 2023. Ainda assim, aeroportos e companhias aéreas estão acelerando os investimentos em autoatendimento e processos touchless para tornar a passagem pelo aeroporto mais segura e eficiente para passageiros e funcionários. Um futuro tecnológico está sendo traçado para os aeroportos e, definitivamente, ele foi acelerado com a chegada da pandemia.
Leia também: Latam Brasil já opera 74% de suas aeronaves