Lançamento do programa Primeiro Emprego gera expectativa de futuro entre a juventude


Foto: Igor Matias

Iniciativa do Governo de Sergipe busca mediar contato entre cinco mil ingressantes no mercado de trabalho e empresas, gerando emprego e qualificação de mão de obra

Confirmando o comprometimento do Governo de Sergipe com a geração de emprego, renda e oportunidades, foi lançado nesta segunda-feira, 21, o programa Primeiro Emprego. A iniciativa, que passará pela apreciação da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), deverá proporcionar a cinco mil jovens, até 2025, o contato inicial com o mercado de trabalho. As contratações e qualificações profissionais acontecerão por meio da parceria com diversas instituições, estabelecendo uma ponte entre empregadores e novos trabalhadores.

A ação, que se constitui como um compromisso de gestão e uma política de governo, é executada por meio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem). Foram investidos, no total, R$ 35 milhões, dos quais R$ 29 milhões são fruto de emendas parlamentares destinadas pelo governador Fábio Mitidieri e pelo senador Laércio Oliveira, ainda enquanto deputados federais. Os demais R$ 6 milhões advém do tesouro estadual e serão investidos até 2024.

João Arthur | Foto: Igor Matias

Para os estudantes a serem beneficiados pelo programa, a expectativa pelo começo das atividades é a maior possível. É o caso de Mário Gabriel Ferreira Silva, de 18 anos, aluno da 3ª série no Centro de Excelência John Kennedy. “Acho extremamente importante o Primeiro Emprego, principalmente para os jovens que ainda não sabem o que fazer. Quem termina o ensino médio sem muita visão de futuro, não consegue enxergar para onde vai. Uma hora se encontra, mas demora, e esse tempo é extremamente precioso. Então, esse tipo de projeto é extremamente necessário para desenvolver a gente como ser humano”, opina o estudante, que sonha em ser professor de matemática.

João Arthur Silva está na 2ª série, no Colégio Estadual Olavo Bilac. Para ele, que tem 18 anos, o Primeiro Emprego deverá proporcionar experiências diversas aos jovens em sua faixa etária. “Já tenho uma experiência de primeiro emprego, onde aprendi muita coisa. Quero arranjar um trabalho fixo, de carteira assinada, e o Primeiro Emprego vai ajudar nisso. É muito bom, porque vou desenvolver uma técnica de conversar com as pessoas, de saber falar na entrevista e de me abrir mais. Vai dar mais oportunidade e mais contatos”, avalia.

Segundo Yasmin Camille Faro, 17, que cursa a 3ª série no John Kennedy, o clima entre os colegas é de ansiedade para o início do programa. “A gente sempre fica confuso sobre o que vai fazer depois da escola, e esse programa vai ajudar bastante a entender, trazendo uma luz. Nunca tive uma experiência profissional, mas estou aprendendo muito com o Estudante Monitor. Estou começando a ter meu próprio dinheiro, e isso dá uma sensação de independência e de liberdade. A gente consegue comprar o que a gente quer e entende como administrar o que a gente ganha. Com o Primeiro Emprego, vai ser melhor ainda”, diz.

Breno Santos Andrade, 21, é estudante da 3ª série do Colégio Estadual 24 de Outubro. Para ele, que já teve sua primeira experiência de trabalho, iniciativas como o Primeiro Emprego fazem toda a diferença. “Muitos jovens que estão se formando no ensino médio não tiveram a oportunidade de passar pelo mercado. O programa entusiasma os alunos, motiva a estudar. Tive uma experiência de tentar o primeiro emprego e fiquei muito nervoso, não sabia como me sairia na entrevista. Com o tempo, depois da primeira oportunidade que tive, vi como funciona o mercado, o profissionalismo. Você sai da escola e vê como o trabalho funciona na prática. Isso é muito importante”, ressalta.

A gestora do John Kennedy, Armênia Fernandes, acredita que o Primeiro Emprego é fonte de direcionamento aos jovens. “A partir da terceira série do ensino médio, alguns alunos vão para o ensino superior, mas outros têm a real necessidade de entrar no mercado de trabalho. Então o Primeiro Emprego vem para suprir essa necessidade e para fortalecer esses laços da educação, para que os meninos já tenham essa luz do primeiro emprego após a sua formação acadêmica. Os alunos estão muito empolgados, porque é algo novo, e eles estão vendo que o Estado está olhando por eles agora. Muitas vezes, o aluno que se forma é lançado no mercado de trabalho sem nenhuma perspectiva, e as portas são fechadas, porque ele não tem a primeira experiência. Por isso, essa ponte feita pelo governo é fundamental”, pontua.

Empregador

Do outro lado, o programa Primeiro Emprego também beneficia os empregadores, que poderão contar com uma mão de obra nova e qualificada. É o que garante o empresário Luciano Barreto, do Grupo Celi. “Esse programa é um treinamento para o mercado, uma oportunidade de qualificação de que os jovens tanto necessitam. Estamos aqui para apoiar, porque precisa haver uma unicidade entre todas as empresas neste momento, diante dessa atividade inédita”, frisa.

O empresário Joélio Rocha, da Ágape Sistemas, concorda. “Sabemos da necessidade e da importância do primeiro emprego, principalmente na área de tecnologia. Todas as oportunidades são necessárias para o crescimento profissional. A importância que isso traz para todos é realmente gerar emprego e renda, desenvolver o Estado, desenvolver tecnologia, trazer emprego e crescimento profissional para a juventude. E é importante também para tirar os jovens dos caminhos ruins, trazendo para o profissionalismo e para o sucesso”, ressalta.

Além das parcerias com empresas empregadoras, o programa terá parceiros focados na formação integral dos jovens. É o caso da Mulvi, que oferecerá inclusão bancária aos participantes. “Vamos fazer um trabalho de educação financeira com os jovens que vão participar do programa. Após essa etapa, os jovens que forem contemplados receberão um cartão Banese Card, de forma a promover sua bancalização e inclusão no mercado financeiro. Isso para a empresa é muito importante, porque traz um novo grupo de clientes conscientes sobre o bom uso do cartão de crédito”, salienta.

Primeiro Emprego

O programa prioriza a faixa etária dos 18 aos 29 anos, incluindo jovens que estejam em situação de desemprego e que não tenham vínculo formal de trabalho anterior. Além disso, os jovens devem atender a uma das seguintes condições: ser egresso do ensino médio, ensino técnico ou ensino superior.

O fluxo do programa se inicia com a captação de vagas junto às empresas. Depois, será aberta a seleção, na qual o candidato apresenta aptidões e interesses. Os cadastros são analisados e, depois, os selecionados passam à qualificação teórica e prática pelo período máximo de seis meses, durante os quais receberão bolsa. Essa etapa conta com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e do Sistema S.

Para os jovens com ensino superior completo, a bolsa terá valor de R$ 750. Já para os que tiverem nível médio ou técnico concluído, a bolsa é no valor de R$ 500. Ao fim do período de qualificação, com carga horária de 480 horas, ao menos 30% dos jovens serão absorvidos pela empresa parceira com carteira assinada.

Governo de Sergipe/Secom