Uma aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Este é o drone (zangão, em inglês) ou, se preferir, Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), Veículo Aéreo Remotamente Pilotado (VARP) e ainda UAV (do inglês Unmanned Aerial Vehicle). São aviões controlados à distância por meios eletrônicos e computacionais, sendo supervisionados e guiados por humanos ou através de Controladores Lógicos Programáveis (CLP). Parece muito futurista? Não é. Em alguns países do mundo já se começa a usar esta tecnologia para ações simples, como entrega de compras do supermercado na residência.
É, sem dúvida, uma das tecnologias que mais tem chamado a atenção nos últimos tempos, por ter diversas utilidades, a exemplo de trabalhos fotográficos e cinematográficos. Em lojas específicas do Brasil, por exemplo, é possível comprar alguns modelos considerados brinquedos por valores que partem de R$ 1.500,00. Já um drone da Força Aérea Norte-americana pode custar entre R$ 1,8 milhão e R$ 2,2 milhões. Já um caça pode chegar a cerca de R$ 145 milhões.
Aqui no Brasil há a promessa das autoridades brasileiras de que, nos Jogos Olímpicos de 2016, equipamentos semelhantes serão utilizados para vigilância e segurança. Em nível internacional pode-se citar o caso do Japão, por exemplo. O acidente de Fukushima desencadeou o desenvolvimento de diversos drones para trabalhar em acidentes radioativos. Infelizmente, os primeiros protótipos só ficaram prontos quando o vazamento já estava fora de controle, mas isso não impediu o uso dos aparelhos em locais inacessíveis ao homem.
Fins militares
Dados da Wikipédia relembram a história dos drones, que foram idealizados para fins militares. Inspirados nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio-controlados, estas máquinas voadoras foram concebidas, projetadas e construídas para serem usadas em missões muito perigosas para serem executadas por seres humanos. Áreas de inteligência militar, apoio e controle de tiro de artilharia, apoio aéreo a tropas de infantaria e cavalaria no campo de batalha, atividades de busca e resgate, entre outras.
Para o desenvolvedor web Cezar Santos, o início da história dos drones não interfere no desenvolvimento comercial da tecnologia. “O aporte de produtos no mercado, principalmente os tecnológicos, em boa parte das vezes começa com fins militares. Questões referentes à legislação de espaço aéreo também estão avançando, mas no que tange à privacidade [espionagem] o debate ainda é amplo sobre o tema, pois são novos paradigmas”, comenta o profissional sergipano.
A opinião é ratificada por Alziro Ubiratã Ribeiro de Moraes, empresário de TI e consultor em gestão de empresas. “Se observarmos bem todos os investimentos em tecnologia começam com uso militar. O maior exemplo é nossa conhecida e amiga internet, que nasceu para uso militar e hoje está como conhecemos. Diversos outros exemplos, como tecnologia de naves espaciais, são utilizadas hoje em diversos segmentos”, defende.
O empresário, que também é entusiasta de tecnologias renováveis, não sabe dizer se felizmente ou infelizmente muito do que se conhece como avanço tecnológico começou para fins militares. “Será que se não fosse pensado para uso militar não poderíamos ter menores custos e melhores resultados, pelo menos resultados mais rápidos?”, pontua.
Waneska Cipriano
Jornalista