A GSMA, associação que representa operadoras móveis de todo o mundo, divulgou hoje (23) relatório sobre o perfil de quem acessa a rede móvel no Brasil. O material indica que há grande desigualdade entre homens e mulheres quando o assunto é ter um smartphone ou navegar pela internet a partir de um celular. No campo, a diferença é ainda maior.
Diferenças entre o acesso de homens e mulheres são comuns no mundo todo. Mas por aqui, o fator gênero é mais influente. Segundo os dados do relatório “The Mobile Gap 2018“, as mulheres têm 15% menos chances de serem usuárias de smartphones no Brasil. Na média mundial, elas têm 10% menos chance de usar um smartphone.
O material aponta também que 2% menos mulheres usam internet móvel no país, comparado aos homens, em zonas urbanas. Nas áreas rurais, o gap salta para 32% no Brasil, ultrapassando a média global de 26%.
Causas
O principal fator, apontado na pesquisa, para que as mulheres não tenham um smartphone é o preço dos terminais, dos pacotes de dados e das tarifas. Mas também há menções à falta de cobertura, não apenas da rede celular, como de eletricidade.
A pesquisa foi realizada em 2017, e ouviu cerca de 1 mil pessoas no país. Também foram feitas entrevistas em outros países. Com os dados, a GSMA calcula que há, no mundo, 327 milhões menos mulheres com acesso à internet móvel do que homens.
O dado é relevante para as empresas, e não apenas para os governos ao definirem políticas públicas. A mesma GSMA calcula que, em função dessa desigualdade, o setor de telecomunicações deixe de faturar US$ 15 bilhões ao ano, apenas nos países em desenvolvimento.
“Acabar com a desigualdade por gênero é uma oportunidade comercial significativa para as operadoras móveis. Se as empresas dos países de renda baixa e média conseguissem conectar essas pessoas, teriam uma receita incremental já no próximo ano”, conclui o relatório.
A entidade defende que empresas adotem práticas que permitam reduzir essas diferenças e contribuir para o alcance das metas de desenvolvimento sustentável, estabelecidas pela Organização das Nações Unidas. Mas o relatório não aponta quais práticas seriam indicadas.
Fonte: Telesintese