Em recente artigo do Washington Post, o colunista de tecnologia Geoffrey A. Fowler chegou à conclusão que o Apple Airtag pode ser usado para perseguir pessoas. Fowler identificou que é possível usar o rastreador digital para monitorar a localização de seres humanos, apesar do objetivo inicial do dispositivo ser o de acompanhar pertences como malas, mochilas e chaveiros.
Para o experimento, o jornalista permitiu que um colega colocasse uma AirTag em sua mochila por uma semana, rastreando em tempo real a localização do item e, consequentemente, de seu usuário. Nos testes, os jornalistas identificaram a capacidade do AirTag mostrar a localização exata do usuário com alto nível de precisão. Como exemplo, a publicação afirma que os registros de localização em tempo real se mostraram com acurácia de meio quarteirão, mesmo quando o repórter estava circulando de bicicleta pela cidade de São Francisco, na Califórnia.
Embora a reportagem tenha identificado situações em que o sistema da Apple buscou avisar sobre possível rastreamento indesejado, a impressão é de que essas medidas são insuficientes para evitar a ação de stalkers e invasões de privacidade. Como exemplo, o jornal menciona que os AirTags são capazes de emitir sinais sonoros quando o sistema suspeita de que o uso do dispositivo é irregular. No caso do experimento, esse alerta foi disparado apenas três dias depois do início do teste e consistiu num alarme sonoro de apenas 15 segundos.
Outra medida de segurança da Apple é avisar diretamente no Iphone do usuário que um AirTag suspeito está sendo usado nas proximidades por meio de uma notificação que avisa: “AirTag encontrado com você”. Entretanto, como observa o Washington Post, esse recurso deixa na mão os donos de celulares Android, sistema incapaz de identificar e avisar sobre um rastreador suspeito nas imediações.
Fora da discussão sobre privacidade e segurança, o novo gadget da Apple tem enfrentado alguma dificuldade na Austrália. Por lá, uma cadeia de lojas suspendeu a comercialização do acessório por identificar riscos a crianças em virtude da facilidade de remoção da bateria que alimenta o rastreador, preocupação que foi reforçada pela entidade de proteção aos direitos do consumidor australiano.
AIRTAG
O Apple AirTag tem como proposta encontrar objetos perdidos. Nas imagens de divulgação, a fabricante ressalta seu uso em malas, mochilas e chaveiros. Ele conta com três tipos de conexão, o Bluetooth, o UWB e o NFC. Cada um deles desempenha funções específicas, como as de busca precisa, localização por proximidade e Modo Perdido, ferramenta já usada por outros aparelhos da Apple.
Apesar de já ter sido homologado pela Anatel, não se sabe ao certo quando o rastreador ficará efetivamente disponível para compra. O rastreador se integra à plataforma do Find My e ao aplicativo Buscar, já presente em iPhones e outros aparelhos, com a meta de localizar aparelhos que foram perdidos.
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Apple AirTag pode ser usado para perseguir pessoas
Com informações de Techtudo.