Gastroenterologistas devem ficar atentos às Infecções Sexualmente Transmissíveis


ISTs podem lesar trato gastrointestinal do paciente e prejudicar diagnóstico

 

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 apontam que aproximadamente 1 milhão de brasileiros receberam diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Destes, 0,6% é de pessoas com 18 anos de idade ou mais. Muitas vezes, infelizmente, o diagnóstico é feito incorretamente, acarretando em tratamentos ineficazes e prejuízo, inclusive, ao trato gastrointestinal do paciente.

 

Segundo a doutora em biotecnologia e professora da Universidade Tiradentes, Mônica Almeida, as ISTs requerem atenção dos gastroenterologistas. “As Infecções Sexualmente Transmissíveis são as mais comuns em todo o mundo. Entretanto, pouca atenção é dada a elas e muitos diagnósticos são feitos somente na presença de complicações, deixando sequelas por vezes limitantes e irreversíveis. No caso dos gastroenterologistas, as principais ISts que acometem os indivíduos e precisam de cuidados são as hepatites B e C”,

 

“As lesões provocadas pelo papilomavírus humano, seguramente as mais frequentes na região anorretal, os altos índices de HIV, a sífilis está atingindo níveis epidêmicos e a retite pela Chlamydia trachomatis tem sido facilmente confundida e tratada como retocolite ulcerativa ou doença de Crohn, demonstram que são necessários diagnósticos mais precisos para tratar de forma segura e eficaz o paciente”, ressalta a biotecnologista.

 

Ela explica que a principal maneira de diagnosticar as ISTs é por meio de exames clínicos, anamnese do paciente e, principalmente, os exames laboratoriais para a confirmação. “O diagnóstico laboratorial vai depender do microrganismo e/ou a infecção que se está procurando diagnosticar. No laboratório de análises clínicas podemos fazer exames com materiais biológicos diversos e metodologias diferentes, também de acordo com o tipo de pesquisa. Por exemplo: podemos utilizar, principalmente sangue e secreções do paciente”, esclarece.

 

De acordo com a doutora, é preciso observar a necessidade de exames para a detecção dessas doenças “em todos os casos, mesmos os que já apresentem sintomatologia característica de determinada infecção; porém, alguns pacientes também procuram o médico sem sintomatologia, mas que relatam algum tipo de relação sexual em que não houve uso de preservativo”.

 

Como as ISTs são transmitidas através de contato sexual, causada por bactérias, vírus ou outros microorganismos, é impressindível o uso de preservativo em todas as relações sexuais. “O uso da camisinha (masculina ou feminina) nas relações orais, anais e vaginais é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs, como sífilis, HIV/aids, Papiloma vírus humano (HPV), Blenorragia (gonorréia) e das hepatites virais B e C”, conclui Mônica.