Diante da Pandemia do Coronavírus (Codiv-19), o Caderno Mercado conversou com o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor de Produtos Industrializados do Estado de Sergipe (Sincadise), Breno França, que assegura que os insumos estão garantidos para a população e aos comerciantes sergipanos. O presidente da entidade ressaltou as medidas preventivas que o sindicato tem adotado seguindo as orientações dos órgãos de saúde para combater o avanço da Covid-19. Mas Breno ressalta que o setor já se planeja para o momento pós-pandemia.
Caderno Mercado – Nesta primeira fase de quarentena, como está funcionando o setor atacadista e distribuidor em Sergipe?
Breno França- “O Setor Atacadista em Sergipe está funcionando normalmente, não há riscos de escassez nos pequenos e médios varejistas dos 75 municípios. O Sincadise tem mantido contato diário com os empresários do setor, e eles nos garantiram que os pedidos das indústrias estão chegando normalmente, os que estão programados também estão garantidos. Não há necessidade da população se dirigir às pressas para estes estabelecimentos, nem tampouco de comprar além do necessário e habitual, nem em quantidades excessivas”.
C.M.- Alguns especialistas dizem que a cadeia de abastecimento em Sergipe pode sofrer a falta eventual de alguns produtos, isto afeta os que compõem a cesta básica?
B.F. – “O estoque dos atacadistas está preenchido e é suficiente para reabastecer o pequeno e médio varejo de bairro. Seja ele mercearias, mini-supermercados, farmácias, lojas de produtos médico-hospitalares e agropecuários, ou seja, todos os estabelecimentos considerados essenciais pelo decreto do governador Belivado Chagas, comunicado na última sexta-feira, 20, estão garantidos”.
C.M.- Em meio a pandemia, as compras do varejo estão sendo em sua maior parte feitas de forma online, esta tendência do comércio eletrônico, pode também ser adotada pelos atacadistas?
B.F.- “A compra pelo canal eletrônico é uma realidade sem volta, e que está sendo intensificada neste momento que a Organização Mundial de Saúde (OMS), e os governos federal, estadual e municipal recomendam que a população permaneça em casa. Diante desta situação de exceção que estamos vivenciando, certamente que as compras pela internet ela está sendo mais intensificada com o propósito de continuar abastecendo os lares das famílias sergipanas”.
C.M.- Em janeiro o setor Atacadista distribuidor nacional esteve pelo quinto mês consecutivo em crescimento. Como está a projeção pós-pandemia? Já existem possíveis estratégias para reduzir prejuízos pontuais?
B.F.- “O setor Atacadista Distribuidor, vinha numa crescente desde 2019. Existem algumas medidas sugeridas pelas entidades do setor produtivo estadual, encabeçados pela Federação do Comércio (Fecomércio/SE), no sentido de apresentar ao governo do estado sugestões para mitigar os efeitos do fechamento de empresas de vários setores do comércio sergipano, a exemplo da redução de alíquota de produtos básicos, exceção de pagamentos de tributos, seguindo o exemplo do governo federal, como também de estados vizinhos que já tomara medidas semelhantes à esta, como o estado de Alagoas”.
C.M.- Quais as orientações o Sincadise está passando aos atacadistas, quanto as medidas de prevenção decretadas pelo Governo do Estado, sobretudo no tocante a limitação de compras de produtos de higiene e alimentação, bem como um revezamento dos funcionários e uma possível limitação também do público nestes ambientes?
B.F.-“As recomendações que estamos repassando para os nossos associados, são aquelas que a OMS e os órgãos do país estão, dando ampla divulgação no sentido de manter a integridade dos colaboradores, como dos clientes e dos empresários. Um dos cuidados que temos maior atenção é limitar a quantidade de clientes por estabelecimento, para que haja uma distância segura entre os clientes, como também um cuidado necessário com os colaboradores que estão fazendo um importante trabalho neste momento. Enquanto grande parte da população é orientada a ficar em casa, eles estão na linha de frente de trabalho para garantir que nada falte aos lares sergipanos”.
C.M.- Ano passado foi um ano de baixas em vários setores econômicos, a partir do segundo semestre, graças em parte a aprovação da Reforma da Previdência, a taxa de juros que encerrou o ano em 4,5%, contribuíram para a retomada, sobretudo do Setor Atacadista. Com este novo cenário, a abertura de novas empresas atacadistas avançou ou retraiu no Estado?
B.F. – “A quantidade de empresas do setor atacadista em Sergipe, permanece a mesma, sobretudo as que trabalham prioritariamente com produtos essenciais (gêneros alimentícios, higiene e limpeza, sanitizantes, bebidas medicamentos, produtos hospitalares). Anterior a fase de evitar o avanço do coronavírus, estávamos em um momento e crescimento no setor. Vinha-se tendo um aumento de lojas de atacado, diante das mudanças do hábitos do consumidor, que vínhamos acompanhando, que ao invés de fazer a compra semanal de reposição de estoque, passaram a fazer compras para abastecer suas dispensas. No momento o setor atacadista distribuidor está buscando estratégias inteligentes para poder continuar a abastecer os estabelecimentos dos municípios sergipanos”.