Apoiador do Setembro Verde – mês dedicado à conscientização da doação de órgãos, um ato de solidariedade que pode salvar muitas vidas –, o Hospital de Cirurgia realizou, nesta última quinta-feira, 23, ação de sensibilização em prol da causa junto aos colaboradores da instituição hospitalar, em parceria com a Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO) e a Central Estadual de Transplantes de Sergipe (CET/SE).
Qualquer pessoa com condições de saúde adequadas pode ser uma doadora de órgãos. Mas, no Brasil, a ação só pode ser realizada a partir de autorização da família do potencial doador. Por isso, com a finalidade de chamar a atenção sobre a importância da doação para aqueles que estão na fila de transplante e de deixar expressa sua vontade de doar aos seus familiares, as equipes da OPO e da CET/SE passaram orientações sobre como ocorre todo o processo aos colaboradores do Cirurgia. Na ocasião, também houve sensibilização através de apresentação musical – funcionárias do Hospital, as enfermeiras Silvia Mayla Santos e Maria Jaqueline Santos prepararam paródias onde abordaram a temática.
“O nosso HC abraçou a campanha do Setembro Verde para sensibilizar os nossos colaboradores sobre este gesto tão grandioso e humanístico. A doação de órgãos é muito importante. É um ato de amor ao próximo, que, além de salvar e melhorar a qualidade de vida daqueles que tanto precisam, faz a diferença dentro de uma família e de sociedade”, destaca a interventora judicial do Hospital de Cirurgia, a enfermeira Márcia Guimarães.
De acordo com o coordenador da CET/SE, Benito Fernandez, ações como essa são fundamentais para aumentar os números de transplantes. “A doação é a peça principal. Somos o menor Estado do país, mas temos destaque no número de notificações. Conseguimos identificar potenciais doadores muito bem. O problema maior é que temos uma recusa familiar muito alta, porque o sergipano não tem informação correta sobre o processo de doação. Nesta situação, precisamos esclarecer as pessoas de como ele ocorre, pois, o transplante depende da participação de toda a sociedade”, considera.
Captação de Órgãos
Além da ação junto aos colaboradores, em pleno Setembro Verde, o Cirurgia realizou mais um processo de captação de órgãos, que permitiu beneficiar a vida de quatro pessoas que estavam na fila de espera para transplante. Durante o processo, foram retirados o rim esquerdo, que foi destinado ao Rio Grande do Norte, o rim direito, destinado à Bahia, e as duas córneas, que foram captadas pela equipe do Banco de Olhos de Sergipe.
Esse gesto de amor ao próximo ocorreu no dia 7, quando, mesmo após a perda de um ente querido, a família de um paciente que estava internado no Cirurgia permitiu que os seus órgãos fossem doados após a confirmação de morte encefálica (parada definitiva do encéfalo e, consequentemente, a falência de todo o organismo).
“Quando foi iniciado o protocolo de morte encefálica, a equipe da OPO de Sergipe foi acionada. Ao concluir os testes e comprovar o diagnóstico, a família foi acionada, foi explicado sobre o processo de doação e eles aceitaram”, esclarece a enfermeira Elizayne dos Santos, gerente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde o paciente estava internado.
Central de Transplantes
Para Benito Fernandez, esse esclarecimento é fundamental para que a família entenda o processo e aceite realizar a doação dos órgãos. “Precisamos instrumentalizar a sociedade sobre como é o processo, que o diagnóstico é seguro, que ninguém retorna da morte encefálica, por isso, a pessoa é declarada morta”, reforça.
De acordo com Eliana Oliveira, enfermeira da CET/SE, os órgãos são destinados aos potenciais receptores de acordo com ordem de inscrição, compatibilidade e gravidade de cada caso, a partir de lista única organizada por Estado ou região, que é monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controles federais.
“Nesse caso da doação do Hospital de Cirurgia, ofertamos os órgãos à Coordenação Nacional de Transplantes (CNT), que otimizou o transporte e distribuição, considerando os critérios estabelecidos na legislação, de forma a garantir o melhor aproveitamento dos órgãos”, explica Eliana Oliveira.