O Brasil poderá ganhar quatro refinarias privadas na próxima década, ampliando sua capacidade de processamento em 100 mil b/d. As novas plantas estão sendo planejadas pela Noxis Energy, empresa com sede no Rio de Janeiro que pretende investir US$ 1,3 bilhão nos empreendimentos.
Os acordos para arrendar ou comprar os terrenos ainda estão em andamento, mas a ideia inicial é instalar as refinarias em São Mateus (ES), Barra dos Coqueiros (SE), Bacabeira (MA) e Santana (AP).
Cada uma das plantas terá capacidade para processar 25 mil b/d, incluindo óleo bunker (de 35% a 40% do volume total), diesel (30% a 35%) e gasolina (20% a 25%). A construção da primeira delas está programada para começar em 2019, com início de operação comercial em 2021.
Noxis Energy
A Noxis projeta que a demanda brasileira por diesel e gasolina crescerá 2% até 2032, quando os déficits desses combustíveis no país serão de 225 mil b/d e 251 mil b/d, respectivamente, segundo cálculos da empresa.
À BE Petróleo, a Noxis informou que suas plantas estão sendo projetadas com tecnologia de ponta em áreas costeiras para receber a matéria prima e realizar o escoamento dos produtos destinados aos mercados interno e externo.
“A Noxis Energy traz soluções inovadoras no mercado de combustíveis com a construção e operação das refinarias. A holding se manterá desde já atenta a oportunidades nas áreas de produção, distribuição e renováveis. Aos investidores, nos sentimos muito à vontade para direcionar os negócios para os caminhos de melhor retorno do investimento e criação de valor”, afirma Luiz Armando Vasconcellos, CEO da companhia.
Entre os demais executivos da empresa estão Márcio Dutra, com passagens pela Johnson & Higgins, Repsol e Vitol; Gabriel Debellian (Transnave Navegação/Docas de Imbituba/Daalimpex Coldstores); e Tania Carlos (Foster Wheeler/Repsol, Technip).
Parceria sino-brasileira
Esse não é o único projeto privado na área de refino no país. A Refinaria Petroquímica Brasil pretende instalar uma planta com capacidade para processar 240 mil b/d em Bacabeira (MA), no espaço que seria da refinaria Premium I, retirada do plano de negócios da Petrobras.
O projeto é executado em parceria com empresas chinesas, incluindo a Sinopec, que entrará como provedora de tecnologia.
“O Brasil precisa disso. O déficit de derivados no ano passado superou a casa dos 400 mil b/d”, justifica o diretor executivo da empresa, Francisco Andrade.
Ele assinala que a concretização do empreendimento ainda depende de como irão avançar questões ambientais e regulatórias, como os subsídios governamentais aos combustíveis.
“É um projeto de médio prazo, aproveitando a posição estratégica do Nordeste e a infraestrutura do Maranhão, que tem ferrovias e portos”, explica Andrade.
Entre os principais portos do estado estão o de Bacabeira, Mearim e o de São Luís, que está sendo desenvolvido pela China Communications Construction Company – que comprou 80% da Concremat – junto à construtora WTorre. Um dos objetivos seria atrair projetos de óleo e gás para a área.
Outros empreendimentos no downstream
O Nordeste já conta com uma série de refinarias, mas todas são da Petrobras. A mais nova delas é a Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco e entre as demais estão a Potiguar Clara Camarão (RN), Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, e Lubnor, no Ceará.
Para além do refino, há dois terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) em operação na região, também de propriedade da Petrobras. Um deles fica na Bahia e o outro, no Ceará, sendo que o último está incluído no plano de desinvestimentos da estatal.
Para 2020, está previsto o início de operação de um terminal de GNL em Barra dos Coqueiros (SE). Operado pela Golar Power, ele abastecerá a usina termelétrica Porto de Sergipe (1.516 MW), da Companhia Elétrica de Sergipe (Celse).
A unidade flutuante de regaseificação (FSRU) está sendo fabricada pela Samsumg Heavy Industries, na Coreia do Sul, e chega ao Brasil no fim de 2018. Ela poderá armazenar até 170 mil m3/d do energético fornecido pela Ocean LNG, com a qual a Celse fechou contrato de abastecimento em 2016.
Fonte: Brasil Energia Petróleo/Blog do INEEP