Raio X das vacinas: entenda a diferença entre elas


Raio X das vacinas: entenda a diferença entre elas
Imagem: Freepik

Atualmente, no Brasil, estão sendo aplicadas quatro vacinas diferentes contra o vírus da covid-19. Além da Coronavac, Pfizer, Astrazeneca e Janssen já autorizadas, existem ainda outras duas vacinas com parte da importação liberadas pela Anvisa, mas que ainda não estão sendo utilizadas no país. São elas a Sputnik e a Covaxin. 

Mesmo com tantas possibilidades, o brasileiro não tem opção de escolha na hora da vacinação. Porém, muitos gostariam de entender os níveis de eficácia da vacina que recebeu e a tecnologia utilizada por cada laboratório. Por esse motivo, a redação do Caderno Mercado preparou um raio X das quatro vacinas já em uso no Brasil com informações importantes sobre os imunizantes retiradas dos sites da Anvisa e do Localiza SUS

Coronavac

Foi desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech e é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. A Coronavac tem 50,38% de eficácia global. São necessárias duas doses da vacina com intervalo recomendado de até 28 dias para imunização. 

Foi a primeira vacina a ser autorizada no Brasil. Em 17 de janeiro de 2021, a enfermeira Mônica Calazans de 54 anos foi vacinada com a primeira dose. Hoje, a Coronavac é a segunda vacina mais utilizada no país e corresponde a 42% das doses aplicadas. 

A Coronavac utiliza a tecnologia do vírus inativado, ou seja, ela contém o vírus “morto” da covid-19 que, ao entrar no organismo, gera uma resposta imunológica. Esta é a forma mais comum de produzir vacinas. 

Astrazeneca

Foi desenvolvida pelo Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, no Reino Unido e licenciada para a farmacêutica AstraZeneca. Hoje, é produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esta vacina tem eficácia global de 70,4%. São necessárias duas doses com intervalo recomendado entre 4 e 12 semanas após a primeira aplicação.

É a vacina mais utilizada no Brasil e corresponde, atualmente, a 46,5% das doses aplicadas. 

A Astrazeneca utiliza a tecnologia do adenovírus não-replicante. Isto significa que ela possui um vírus “vivo”, mas que não é o coronavírus. É, na verdade, o adenovírus que infecta chimpanzés. Apesar de vivo, ele é inofensivo, pois não tem o poder de se multiplicar. Mesmo assim, o organismo, ao identificar o “corpo vivo”, projeta carga máxima contra o intruso. Isto explica o alto índice de reações adversas como febre, calafrios e dores no corpo. 

Pfizer

Foi desenvolvida pelas empresas BioNTech, da Alemanha, e Pfizer, dos Estados Unidos. Esta vacina tem eficácia global de 95%. São necessárias duas doses com intervalo recomendado de 3 meses entre a primeira e a segunda aplicação. 

Esta foi a vacina mais rápida a ser aprovada na história e a primeira vacina aplicada no mundo contra a covid-19. No dia 08 de dezembro de 2020, dia que ficou conhecido no Reino Unido como “Dia V” (de vacinação e de vitória), uma senhora de 90 anos chamada Margaret Keenan foi a primeira pessoa a receber a dose na Inglaterra.

No Brasil, 9,2% da população recebeu esta vacina. 

A Pfizer utiliza a tecnologia do RNA mensageiro, considerada a mais moderna da atualidade. Neste caso, não há utilização do vírus, mas sim de uma molécula chamada RNA. Essa molécula contém todas as informações genéticas do vírus e leva uma mensagem, contendo essas informações, até as células. É uma espécie de manual de instruções que ensina as células a criar uma defesa contra o vírus, por isso ela é chamada de RNA mensageiro. 

Janssen

Foi desenvolvida pela empresa americana Johson & Johnson. Esta vacina tem eficácia global de 66,1%. É a única no Brasil que exige apenas uma dose para imunização. 

Apenas 2,2% da população brasileira recebeu esta vacina. 

A Janssen utiliza uma tecnologia semelhante à da Astrazeneca, com adenovírus não-replicante. Neste caso, um material genético da proteína “S” do Sars-Cov-2 é colocada dentro do adenovírus, que funciona como transportador. Quando a pessoa recebe a vacina composta do adenovírus, que carrega a informação genética do novo coronavírus, o corpo inicia um processo de defesa e produz anticorpos contra aquele invasor. 

Números gerais no Brasil

Até este sábado, 10 de junho, 82.872.510 de brasileiros já haviam recebido a primeira dose da vacina e um total de 29.901.792 pessoas estão com a vacinação completa contra a covid-19 – receberam a segunda dose ou tomaram dose única.

O Sudeste é a região brasileira que mais vacinou em números totais, com pouco mais de 46 milhões de doses aplicadas. Em segundo lugar vem o Nordeste, com quase 25 milhões de pessoas vacinadas. Confira mais detalhes no quadro abaixo:

Localiza SUS
Fonte: Localiza SUS