Dados compilados pela Escola Superior de Cerveja e Malte mostram que 148 novos negócios foram registrados no ano, somando uma produção superior a 13 bilhões de litros. Com possibilidade de adesão ao Simples a partir de 2018, perspectiva é animadora para o setor
O crescimento no número de rótulos nas prateleiras e cartas de cervejas no Brasil não é apenas impressão do consumidor. Um levantamento realizado pela Escola Superior de Cerveja e Malte, mostra que o número de cervejarias no país aumentou 39,6% em 2016. Foram 148 novas empresas. Até dezembro, elas produziram 13,8 bilhões de litros de 9.314 rótulos diferentes. Os dados comprovam que o mercado artesanal já representa próximo de 1% do total produzido no Brasil. Geograficamente, 90% das cervejarias estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste.
Inédita e espetacular são os termos utilizados pelo diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, Carlo Bressiani, para definir esta expansão. “Há três grandes motores por trás desta onda empreendedora: incremento no consumo através da descoberta de novos sabores, investidores atentos a este mercado que cresce mais de 20% ao ano e também a crise, que leva os profissionais a buscarem novas alternativas de trabalho”, comenta.
Desafios
Há vários desafios para que o mercado das artesanais siga com este ritmo de crescimento, segundo Bressiani. O primeiro deles é a concorrência muitas vezes desleal das grandes cervejarias, que além de práticas como o dumping ainda contam com isenções tributárias que não chegam aos negócios de menor porte.
“Em relação ao mercado, existe ainda a falta de entendimento do consumidor sobre o valor praticado pelas cervejarias artesanais, que leva em consideração o custo das matérias-primas de mais qualidade. Por outro lado, as fábricas do setor também têm menor produtividade, menos possibilidades de investimentos fabris e uma carga tributária incompatível com a realidade”, destaca o diretor.
Oportunidades
Em relação à tributação, Bressiani aposta que a possibilidade de adesão do Simples, aprovada em novembro de 2016 e válida a partir de janeiro de 2018, vai motivar mais empreendedores e fortalecer as microcervejarias que já estão em atividade. “A produção média das cervejarias brasileiras é de 20 mil litros ao mês. Com a inclusão na nova faixa tributária, muitas delas vão ganhar competitividade”, diz.
Bressiani é otimista em relação ao futuro do setor no país. “Há um interesse crescente pela profissionalização dos trabalhadores e empreendedores do setor. Há um mundo de apaixonados se dedicando cada dia para fazer melhores cervejas, reduzir custos, criar eventos, disseminar cultura cervejeira e ouvir com atenção o consumidor. Prevemos dias ainda melhores, com crescimento sustentável e a possibilidade de beber a cerveja da sua região a cada um dos brasileiros que apreciam este precioso líquido que é arte, ciência, história, gastronomia e cultura”, comenta.
Escola Superior de Cerveja e Malte
Com mais de 4,5 mil alunos formados em três anos de atuação, a Escola Superior de Cerveja é Malte é a primeira e única instituição de ensino superior especializada na bebida da América Latina. É parceira da alemã Doemens Academy, uma das mais respeitas entidades do mundo.
São cerca de 90 cursos diferentes, em mais de 200 turmas já realizadas. Na sede, em Blumenau (SC), além das salas de aula estão disponíveis 8 laboratórios voltados para o ensino de cerveja. Parcerias com cervejarias da região garantem visitas técnicas e relacionamento com o mercado durante os cursos.
Assessoria ESCM