Não é à toa que Amazon e Alibaba estão investindo nesse modelo
Há esperança para as lojas físicas: consumidores que visitam o ponto de venda compram mais do que aqueles que só consomem online. Essa foi uma das conclusões da quarta edição do The Everywhere Store, evento que reúne varejistas do mundo inteiro em Nova York para discutir as maiores tendências do setor no Brasil e no mundo. A proposta do encontro, realizado pela multinacional Tlantic, em parceria com Wharton School, IE Business School e Porto Business School, é antecipar parte dos debates que irão ocorrer, a partir de amanhã (14/01), no NRF Retail’s Big Show, maior encontro do varejo mundial, também em Nova York.
Neste ano, o tema principal do evento foi “Criando Mundos de Experiência”. “Quando o cliente vai à loja física pelo menos uma vez, passa a comprar 40% a mais do que fazia antes, quando era apenas um usuário online da loja”, disse David R. Bell, professor da Wharton School, citando estudo encomendado pela rede americana de moda masculina Bonobos. “A loja física energiza o consumidor de uma maneira que a virtual não é capaz.”
Amazon e Alibaba, gigantes do e-commerce, perceberam isso e estão investindo no offline
A Amazon comprou a rede de supermercados Whole Foods em 2017, em uma operação avaliada em US$ 13,7 bilhões, inaugurou uma unidade da Amazon Go sem caixas registradoras em Seattle, e direcionou esforços para o mercado de livrarias. O Alibaba, por sua vez, anunciou parcerias com 600 mil pequenos comércios familiares na China, dentre eles supermercados, segundo artigo do CBInsights. Além disso, está construindo um shopping de cinco andares.
“As lojas físicas exercem um papel indispensável durante a jornada do consumidor para a compra e deveriam ter tecnologias direcionadas a partir de dados e serviços personalizados”, disse Daniel Zhang, CEO do Alibaba Group à Reuters, após outra operação de inserção no mercado varejista offline, em que o grupo gastou quase US$ 3 bilhões por ações da Sun Art Retail Group Ltd, focada em mega lojas.
Mais vantagens das lojas físicas
Segundo censo do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, apenas 9% das vendas do varejo local no terceiro trimestre de 2017 foram por e-commerce. Na China, segundo a PwC, apenas 17% das pessoas afirmam que suas compras são realizadas apenas na Amazon ou Tmall (varejista do Alibaba Group). Esses dados demonstram a importância que o offline ainda tem sobre o setor.
Além disso, as lojas físicas funcionam como uma vitrine do que existe online. Nelas, os consumidores têm contato com os produtos, e os espaços criam lealdade dos consumidores com a marca. Ainda, segundo a Fortune, o CFO da Amazon Brian T. Olsavsky disse a seus investidores que as lojas físicas são “uma maneira diferente de se aproximar dos consumidores e saber o que tem bons efeitos sobre eles”.
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