O Brasil é um país de dimensões continentais, e isso dificulta a implantação de uma rede de infraestrutura suficiente para a produção industrial de toda nação. O poder público também tem sua parcela de culpa, pois, de acordo com estudo realizado pela consultoria Inter B, desde 2001 são investidos 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), quando o mínimo necessário seria 3%. Para se ter algo próximo do ideal, o investimento deveria chegar a 5,5% pelos próximos 20 anos, tarefa difícil na atual conjuntura econômica e social. No entanto, o governo lançou no segundo semestre de 2016, o Programa de Parceria em Investimentos (PPI), que consiste em ampliar a participação privada no setor de infraestrutura do país.
Essa também é a conclusão do estudo intitulado “Oportunidades para a privatização da infraestrutura: o que fazer, como fazer” realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que apresenta os caminhos para o desenvolvimento desse setor tão primordial para o aumento da competitividade dos nossos produtos brasileiros.
Dois pontos são essenciais para a melhoria imediata da infraestrutura brasileira: a transferência da administração portuária ao setor privado, precedido de uma reestruturação da Companhia Docas e adoção de uma estratégia de privatização de portos públicos. Áreas como saneamento básico e outros meios de transportar mercadorias, como ferrovias e rodovias, também são apontados esse caminho de parcerias público-privada (PPP’s) para o obtenção de melhorias na logística da indústria nacional.
O estudo da CNI conclui que a iniciativa privada tem uma maior capacidade de mobilização de recursos e de responder com maior rapidez às necessidades do mercado, bem como a mudança de preços relativos. Por toda questão burocrática que o setor público necessita ter em qualquer trâmite, esse ponto de vista da entidade seria realmente um avanço para as condições de investimento na infraestrutura do país.
Para o gerente administrativo e comercial da indústria Tropfruit, Diorani Morais, que fica localizada na cidade de Estância,e tem como base a industrialização de frutas e produção de sucos integrais e integrais congelados, e é a maior exportadora do estado de Sergipe, acredita que os investimentos na área de infraestrutura deveriam ser para ontem. “A produção de frutas para mercado interno e para produção de sucos é transportada via estradas e rodovias, que tem sempre problemas estruturais. As propriedades estão localizadas em cidades que não tem boas estradas e não são pavimentadas ou asfaltadas. Nossa produção – cerca de 70% – é destinada a exportação.
Atualmente exportamos através do porto de Salvador/BA, por conta de não dispor de estrutura portuária em Sergipe que possa atender exportações via contêineres. Os custos dessa operação via porto de Salvador são elevados comparados via porto de Sergipe. Precisamos coletar container no porto de Salvador, transportar até a Tropfruit – 320 km – carregar e retornar para porto de Salvador – mais 320 km – via BR 101, que cada dia mais está movimentada e sem manutenção”, afirma Morais. Ele ainda ressalta que a ampliação e modernização do porto local seriam de grande impulso para a indústria local. A empresa atualmente exporta o volume de 1.400 contêineres refeers e 120 contêineres dries para 120 países.
O governo federal, por meio do PPI, contempla algumas das indicações feitas pela CNI, e que teve a participação das federações estaduais, na busca pelo desenvolvimento do sistema de infraestrutura do país e que, consequentemente, traz competitividade e melhores oportunidades de negócios para a indústria brasileira.
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