O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) referente ao terceiro trimestre do ano avançou 9,6% frente ao segundo trimestre. O resultado, divulgado nesta quarta-feira, 14, pelo Grupo de Conjuntura do Ipea, foi impactado pelas operações de importação de plataformas de petróleo ocorridas em alguns meses de 2018.
Além do indicador de investimentos referente ao terceiro trimestre e ao mês de setembro, o Grupo de Conjuntura apresentou uma nota técnica que explica como o novo regime aduaneiro especial de utilização econômica destinado a bens empregados nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gás natural (Repetro-Sped) influenciou significativamente o cálculo da FBCF e da balança comercial brasileira.
Depois de crescer 13,5% em julho, na comparação com junho, o Indicador Ipea de FBCF apontou quedas de 4,2% em agosto e 6,1% em setembro. Na comparação com o mesmo período de 2017, o crescimento no terceiro trimestre deste ano ficou em 13,1%. O desempenho também foi positivo no acumulado em 12 meses até setembro: aumento de 6,1% – o que representa um incremento de 2,3 pontos percentuais à taxa de crescimento da FBCF quando se excluem as importações e exportações de plataformas de petróleo.
Como todo o impacto das importações de plataformas incidiu sobre o consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came), esse componente da FBCF apresentou crescimento de 27,7% no 3º trimestre. O Came corresponde à produção doméstica líquida das exportações acrescida das importações. Dentre seus componentes, enquanto a produção interna de bens de capital líquida de exportações registrou crescimento de 1,2%, a importação de bens de capital aumentou expressivos 104,5% na margem.
O indicador de construção civil, por sua vez, registrou a terceira variação positiva em quatro meses: alta de 1,5% em setembro, na comparação com agosto. O segmento encerrou o terceiro trimestre com expansão de 3,5% frente ao segundo trimestre. Por fim, o terceiro componente da FBCF, classificado como outros ativos fixos, apresentou avanço de 0,8% entre agosto e setembro.
O trabalho é assinado pelo diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Jr, e pelo técnico de planejamento e pesquisa Leonardo Mello de Carvalho.
Fonte: Ipea