O Ibovespa reduziu as perdas na reta final do pregão e terminou o dia em leve queda, enquanto os investidores ajustam suas carteiras de olho na virada do semestre. Após ajustes, o índice terminou em queda de 0,08%, aos 127.327 pontos, com giro financeiro, de R$ 20,45 bilhões. A sessão registrou perdas devido ao ambiente externo mais negativo para emergentes e a precificação da nova etapa da reforma tributária em diferentes setores.
O pregão foi marcado por um ambiente mais negativo para emergentes, devido ao avanço da variante delta do coronavírus. A Rússia, por exemplo, registrou recorde diário no número de mortes, em sinal de alerta que acaba afetando até países com uma perspectiva mais favorável de vacinação.
A composição de reforma tributária e de sinal negativo para emergentes também atingiu em cheio o setor de shoppings, que registrou os piores desempenhos do dia com quedas superiores a 3%. As empresas correm o risco de ver uma firma alta na taxa de imposto corporativo devido ao fim do regime de “lucro presumido” – proposto na reforma tributária. BR Malls ON predeu 2,60%, enquanto Multiplan ON perdeu 2,74% e Iguatemi ON teve queda de 3,74%.
Para os analistas do BTG Pactual, a expectativa é que a alíquota tributária geral das empresas do setor suba para aproximadamente 29% do EBT (lucros antes de impostos), contra previsão anterior de 19% em 2023. “Obviamente, a reforma tributária ainda pode mudar (esta é a primeira proposta que será debatida no Congresso) e as empresas podem ajustar sua estrutura de capital / societária para se adaptar ao novo cenário… mas os impactos podem ser enormes”, alertam os profissionais em relatório.
Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reconheceu que a discussão sobre a reforma ainda é inicial e pode passar por mudanças. O ministro da Economia, Paulo Guedes, por sua vez, afirmou que poderia mexer em uma redução adicional do Imposto de Renda para Pessoa Jurídica (IRPJ). Ainda assim, o clima de incerteza segue pesando no mercado.
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