Fórum de ciência discute pesquisa e desenvolvimento regional em Sergipe


Manoel Macedo
Chefe-geral da Embrapa em Sergipe, Manoel Moacir Costa Macedo | Foto: Saulo Coelho

Discutir os resultados, desafios e caminhos da pesquisa agropecuária e seu papel no desenvolvimento regional em Sergipe e demais estados do Nordeste. Esse foi o objetivo principal do Fórum Ciência e Sociedade, realizado em Aracaju, no dia 21 de novembro, pela Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Cerca de 60 participantes com atuação importante no cenário do desenvolvimento regional prestigiaram o evento, entre secretários de Estado, presidentes de empresas e órgãos públicos, entidades associativas e do Sistema S, institutos de pesquisa e instituições de ensino superior e de fomento à produção.

De acordo com o chefe-geral da Unidade, Manoel Moacir Costa Macedo, que fez a apresentação de abertura, o evento tem como foco servir como um canal de prestação de contas das ações e iniciativas da Embrapa Tabuleiros Costeiros, além de aproximar e fortalecer o relacionamento com parceiros e formadores de opinião.

Macedo fez um panorama do papel da Embrapa no desenvolvimento nacional e discutiu os grandes desafios da pesquisa agropecuária pública na região dos Tabuleiros Costeiros do Nordeste – área que se estende do sul da Bahia ao norte do Ceará com 575 municípios, 22 milhões de hectares e mais de 23 milhões de habitantes. Ele apresentou, também, os indicadores expressivos de desempenho da gestão, os resultados dos principais projetos de pesquisa da Unidade e os impactos socioeconômicos das tecnologias geradas.

Projetos

A segunda parte do fórum teve a apresentação de uma das principais linhas de pesquisa da Unidade, a inteligência territorial estratégica e o uso das geotecnologias com foco no aumento da produção e produtividade. O principal impacto dessas ações é a diversificação de culturas e o incremento do desenvolvimento regional pela geração de riqueza.

O pesquisador Marcus Cruz apresentou o projeto GeoTab – Organização e disponibilização da informação geoespacial sobre recursos naturais e aspectos socioeconômicos da área de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

A iniciativa envolve equipes de diversas Unidades da Embrapa e instituições parceiras, e está consolidando uma base de dados georreferenciados aprofundada e abrangente sobre recursos naturais e aspectos socioeconômicos de relevância agrícola e ambiental dos Tabuleiros Costeiros.

Mapas e imagens de satélites com informações de solo, relevo, águas, uso da terra e outras, tabelas e uma série de publicações técnicas estão sendo produzidos para subsidiar o planejamento e desenvolvimento de ações de pesquisa e formulação de políticas públicas para os estados envolvidos.

A segunda ação de pesquisa apresentada foi o projeto especial de inteligência territorial estratégica para Sergipe, Alagoas e Bahia intitulado SEALBA, termo formado pela junção das siglas dos três estados e que delimita uma área de alto potencial agrícola para grãos e outras culturas sema necessidade de irrigação.

Definido seguindo a lógica que implementou a região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – área que nos últimos anos teve um grande salto de produção, produtividade, geração de riqueza e qualidade de vida, o SEALBA engloba 171 municípios, sendo 69 em Sergipe, 74 em Alagoas e 28 no nordeste da Bahia.

Foto: Saulo Coelho

Procopio vem atuando na região com ensaios de cultivares de soja para diversificação de culturas e como alternativa aos tradicionais monocultivos da região, como o da cana em Alagoas. Muitas cultivares têm apresentado produtividade acima das médias nacionais, e diversos produtores estão adotando a cultura em combinação com outros produtos agrícolas.

Debate

O segmento final e mais importante do fórum foi o painel de discussão com os pesquisadores, no qual os participantes puderam fazer questionamentos, perguntas e contribuir na discussão sobre os caminhos da pesquisa e fortalecimento de parcerias institucionais.

O debate serviu para ter esclarecimentos sobre as ações de pesquisa da Embrapa na região e pensar caminhos e alternativas, em tempos de crise, para produzir resultados que tragam geração de renda e aumento de qualidade de vida para as comunidades.

“As ricas intervenções dos colegas das entidades parceiras serão um subsídio valioso para formularmos nossas estratégias de atuação para podermos contribuir cada vez mais para o desenvolvimento da região”, afirmou Manoel Moacir.

Para o reitor da UFS, Ângelo Antoniolli, é fundamental que as instituições responsáveis pela pesquisa no estado estejam próximas e atuando de forma integrada e apresentando e discutindo seus resultados. “Eu tenho claro que a Embrapa, em conjunto com a UFS, formam o maior patrimônio para o desenvolvimento de Sergipe. E é extremamente importante que estejamos sintonizados no foco e nas estratégias para gerarmos resultados importantes para o estado”, declarou.

O presidente do Parque Tecnológico de Sergipe, Manoel Hora, o evento demonstra a transparência com a que a Embrapa atua, prestando contas à sociedade e ao meio científico e da gestão estadual. “Especialmente no momento atual, em que os efeitos da crise ainda estão muito presentes, este evento ganha ainda mais importância, demonstrando a capacidade de gestão da empresa, gerando resultados recentes muito expressivos”, avaliou.

“É muito difícil uma empresa realizar pesquisa internamente. Ainda mais as de pequeno e médio porte. Por que não aprofundar parceria com instituições que realizam pesquisas de interesse da classe empresarial?”, disse Rodrigo Rocha, superintendente do Instituto Euvaldo Lodi – Núcleo Regional de Sergipe (IEL/SE).

Entre as entidades representadas no encontro estão Sebrae, Senar, Sedetec, Seagri, Emdagro, SergipeTec, ITP, UFS, Confaeb, AEASE, Maçonaria, Fapitec, IEL/FIES, IFS, ASCI, CCEP, Sicredi, Secult e Cohidro.

A primeira edição do Fórum Ciência e Sociedade contou com o apoio do Yázigi Aracaju.

Ascom Embrapa