Na peça publicitária, a jovem de 22 anos relata que começou a investir aos 19 comprando ações na bolsa de valores e que a aplicação inicial de R$ 1.520,00 em apenas três anos chegou a mais de um milhão. Ela garante no anúncio, que investindo nas mesmas ações não tem como ser diferente e que o lucro será proporcionalmente o mesmo que ela obteve.
O pedido de esclarecimentos exige, nos termos do art. 36 do Código de Defesa do Consumidor, que a empresa esclareça se o vídeo amplamente veiculado se refere a uma campanha publicitária e, além disso, exige os documentos que compravam a veracidade do que foi anunciado, com a demonstração da evolução financeira da atriz/depoente, no prazo de 48 horas. A empresa pode ser multada proporcionalmente ao seu faturamento.
“Nosso objetivo não multar a empresa, mas esclarecer e informação ao consumidor e evitar que ele caia numa arapuca”, disse Fernando Capez, diretor-executivo do Procon paulista ao jornal O Globo.
Milionária aos 22 anos
Bettina Rudolph, integrante da empresa de conteúdo financeiro Empiricus, ficou famosa na última semana ao aparecer no início de vários vídeos do Youtube informando que havia lucrado ao, supostamente, investir em ações na bolsa de valores. “Oi. Meu nome é Bettina, eu tenho 22 anos e 1 milhão e 42 mil reais de patrimônio acumulado”, diz ela. “Não foi sorte, não ganhei uma bolada e nem ganhei na loteria. Comecei com 19 anos e R$ 1.520. Três anos depois tenho mais de um milhão (de reais). Simples assim”, garante a jovem.
Alvo de críticas e muitos memes, a jovem foi desafiada a comprovar seus ganhos. O desafio partiu de Tiago Guitián Reis, fundador da Suno Research, concorrente da Empiricus. No Twitter, ele prometeu que doaria R$ 20 mil ao Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc) caso “a menina milionária do Youtube mostrar as notas de corretagem”. Com a repetição, incontáveis usuários reclamaram do anúncio.
A Empiricus
Em entrevista a Folha de São Paulo a empresa declarou que havia recebido a notificação da Fundação Procon. “Ficamos surpresos, soubemos dessa suposta notificação pela imprensa, o fato causou perplexidade. Os conteúdos veiculados não criam e nem criaram qualquer tipo de relação de consumo, tratando-se apenas de um convite gratuito para saber mais sobre o assunto”.
Fonte: Correio Brasiliense/ Folha de São Paulo