Dólar sobe 1%, na maior alta em mais de 1 mês, com exterior e política monetária no Brasil


Dolar-Moeda estrangeira

O dólar acelerou a alta a 1% ante o real nesta terça-feira, na maior valorização diária em mais de um mês, ao sabor dos firmes ganhos da divisa no exterior, diante de um mix de fatores que inclui ajuste nas expectativas para a política monetária dos Estados Unidos, o acordo para aumentar limite de gastos nos EUA e perspectiva de queda ainda mais intensa no diferencial de juros entre Brasil e EUA.

O real é a divisa que mais perdia frente ao dólar nesta sessão, depois de vários pregões recentes na liderança dos ganhos, ainda sob o efeito positivo do andamento da agenda brasileira de reformas.

Às 15:24, o dólar avançava 0,90%, a 3,7734 reais na venda.

Na máxima, a cotação bateu 3,7770 reais, em alta de 1,00%, a mais forte desde 14 de junho (+1,16%).

O patamar é o mais alto desde 8 de julho (3,8081 reais), considerando taxas de fechamento.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas tinha ganho de 0,44%, a 97,681, na máxima desde 18 de junho.

O dólar voltou a tomar fôlego no mundo depois de o Fed de Nova York conter expectativas de um corte mais agressivo de juros nos EUA no fim deste mês. Além disso, a moeda tinha suporte nesta sessão com o acordo firmado entre a Casa Branca e líderes do Congresso norte-americano para evitar um novo “shutdown”.

As chances de menor alívio monetário nos EUA ganhavam força enquanto no Brasil os mercados cogitavam redução mais expressiva de juros até o fim do ano. Assim, o diferencial de taxas entre os dois países ficaria menos favorável ao Brasil, o que tiraria estímulo a fluxos para a renda fixa doméstica.

Isso teria efeito de conter fluxos de dólar ao país, o que por tabela poderia dar sustentação ao dólar em patamares ainda altos.