No esforço de reduzir os custos com o consumo de energia elétrica, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) converteu todo consumo de eletricidade do seu escritório no município de Lagarto à geração fotovoltaica, via captação da energia solar. A ação se dá em meio a um período de acréscimos na tarifação das concessionárias de fornecimento de energia elétrica e se soma a uma campanha interna de redução de consumo de eletricidade, direcionada aos funcionários das seis unidades da empresa em Sergipe. A intenção da Cohidro é de que a partir do êxito da primeira experiência de conversão à energia solar, que entrou em operação na última semana em Lagarto, a ideia possa ser implantada em outros escritórios e estações de bombeamento dos perímetros irrigados da companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).
O escritório da Cohidro em Lagarto faz parte do Perímetro Irrigado Piauí, onde o Governo de Sergipe fornece água de irrigação para 421 lotes agrícolas a partir de bombas movidas à eletricidade. O consumo de energia elétrica é hoje o maior custo deste e de mais três perímetros irrigados em que a água depende de bombeamento para chegar ao agricultor. Segundo o diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, a conversão sistemática destas unidades da Cohidro à energia fotovoltaica, vai representar uma grande economia para o Estado e melhorias para o irrigante. “Tudo indica que neste projeto piloto em Lagarto dará tudo certo e o custo com aquele perímetro irá diminuir. Argumento necessário para que possamos investir na conversão das outras unidades. Diminuindo o que é gasto pelo Estado nos perímetros, será possível investir mais em melhorias. Inclusive alocando a Tarifa D’água paga pelos irrigantes, em mais investimentos”, avalia Paulo Sobral.
Diretor Administrativo e financeiro da Cohidro, Jean Nascimento explica que a conversão do escritório de Lagarto só foi possível a partir do reaproveitamento de equipamentos e painéis solares que a empresa tinha estocados. Material em desuso há algum tempo, já que era destinado à iluminação de projetos de aquicultura nas barragens de irrigação, a partir do momento que praticamente todos esses reservatórios estaduais passaram também a atender ao uso prioritário de abastecimento humano, a criação de peixes dentro dos lagos passou a ser descontinuada, a fim de preservar a qualidade da água. “Conseguidos reutilizar todo equipamento. O suficiente para energizar todo escritório de Lagarto e darmos início ao de Canindé de São Francisco, nosso próximo projeto de conversão à energia solar”, informou Jean Nascimento.
O novo sistema fotovoltaico em Lagarto é constituído de 45 Módulos, ou placas, de 50w (whatts), que geram 2,25kwp (quilowatt pico). Com um inversor de 4kw, gerando uma média de 400kWh. “A média de consumo do escritório é de 300kWh, então o sistema atende a demanda com folga. O sistema foi projetado para funcionar interligado à rede da concessionária de eletricidade. No fim do mês, se o escritório fornecer mais energia do que consumir, esse excedente poderá ser abatido em outras contas de energia, como a das estações de bombeamento”, acrescentou o diretor Administrativo. Para o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida, a operação do sistema é simples. “Basta eu ativar três chaves, na sequência orientada pelo engenheiro. Um mostrador digital me informa se o sistema está ligado e os whatts gerados nas placas solares”, pontuou.
Campanha de conscientização
A Cohidro inicia uma campanha interna de economia de energia elétrica, mas que pretende estender ao seu site e redes sociais, de forma que a conscientização chegue a todos os funcionários e ao público em geral. “Agora, com a adoção de uma segunda bandeira tarifária vermelha, o preço da energia cresceu mais e cabe a nós sensibilizar o servidor de que a empresa não pode arcar com esse aumento de custo não programado. Queremos conscientizar para uma mudança de hábitos, como passar a desligar as luzes e o ar condicionado ao sair da sala, ou não deixar nenhum equipamento ligado fora do período de expediente. São ações simples, úteis para diminuir o consumo da empresa e que podem ser adotadas por todos também em casa. Ajuda a diminuir a conta e ajuda o país a atravessar esse período crítico, em que a geração de energia elétrica ficou mais cara pela falta de chuvas em diversos pontos do Brasil”, concluiu Jean Nascimento.
Leia também: Governo simplifica compra de energia para combater crise hídrica