Controle de dados pessoais e os algoritmos das redes: Como não ceder?

Professora da Universidade Tiradentes explica como o algoritmo de inteligência artificial está presente nas nossas vidas e como a Lei de Proteção de Dados pode interferir

Controle de dados pessoais e os algoritmos das redes: Como não ceder?
A professora do curso de Jornalismo da Universidade Tiradentes, Talita Déda, explica como o algoritmo de inteligência artificial pode afetar as nossas vidas - Imagem: Divulgação

Histórias sobre Inteligências Artificiais sempre se fizeram presentes no imaginário popular por meio de filmes, livros e séries. Porém a ficção científica está cada vez mais fazendo parte da vida real, por meio dos algoritmos que decidem e pensam no lugar dos humanos, trazendo avanços e riscos imensos para sociedade. A professora do curso de Jornalismo da Universidade Tiradentes, Talita Déda, explica como o algoritmo de inteligência artificial pode afetar as nossas vidas e como ele está se espalhando em determinadas situações.

Ao falar sobre o tema, a professora lembra do escritor Eli Parisier, escritor do livro “O filtro invisível: O que a internet está escondendo de você”. “Isso não é algo recente, porém, vem se espalhando com uma velocidade assustadora. Existem diversas ferramentas que estão ali para filtrar e monitorar e que, de fato, vão ajudar na perspectiva de segmentação para que as pessoas sejam condicionadas a determinados serviços. É estabelecida uma construção mais direcionada na oferta de produtos através de uma personalização de conteúdo”, reitera.

É a partir da navegação de cada usuário na web, gigantes como Google, Facebook, Apple e Microsoft criam filtros formados por algoritmos que personalizam o resultado das buscas na internet. Talita destaca que a pandemia também ressignificou algumas questões no que se refere ao consumo online e sob demanda. “Hoje você tem consumidores muito mais exigentes e muito mais despertos, já que as plataformas são muito diversas e possuem endereçamentos para vários nichos de comunicação”, reflete a professora.

Sobre a privacidade dos dados, Talita compreende que a maior discussão é a necessidade de fornecer informações que deveriam ser confidenciais para situações corriqueiras na internet e em grandes empresas. “É uma faca de dois gumes. Existem pessoas que não percebem e não se perguntam para onde os seus dados estão indo, o que pode acarretar na perda e no vazamento dessas informações. É necessário ter acesso a informações de maneira mais transparente, para que as pessoas saibam de qual forma seus dados são distribuídos, tendo mais consciência da Lei Geral de Proteção de Dados e do Direito Digital”.

Sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor desde 18 de setembro de 2020, é estabelecido diretrizes importantes e obrigatórias para o processamento e armazenamento de dados pessoais. Diante dos atuais casos de uso indevido, comercialização e vazamento de dados, as novas regras garantem a privacidade dos brasileiros, além de evitar entraves comerciais com outros países. CPF, dados biométricos, histórico médico, entre outros, são considerados dados privados e entram na regulamentação da LGPD.

 

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