A divulgação da reabertura de fronteiras dos Estados Unidos para turistas, a partir de 8 de novembro, causou um verdadeiro frisson entre os brasileiros. Porém, a notícia pode beneficiar, em um primeiro momento, apenas aqueles que já possuem visto emitido para o país. Isto porque o processo para conseguir a permissão continua parado nos consulados.
Ainda está vigente a Proclamação Presidencial de maio de 2020, que proíbe desde então a emissão de vistos, e a de maio deste ano, que abriu exceções para estudantes e casos de emergência. Apesar de, nesta semana, o agendamento de entrevistas nos consulados americanos no Brasil ter passado a exibir sugestões de datas, o preenchimento de formulários no site e outros passos necessários continuam bloqueados. Além disso, as novas datas disponíveis são a partir de março de 2023.
A concessão de vistos dos EUA é operada por uma corporação de funcionários sindicalizados que presionou pelo fecchamento dos serviços durante a pandemia de covid-19. Eles tinham receio de fazer os atendimentos em ambientes fechados e com aglomeração.
A criação de um plano de retomada para esta operação é tarefa do Departamento de Estado americano. Porém, dificilmente o órgão conseguirá atender a demanda reprimida num curto prazo. Por isso, mesmo com as fronteiras reabertas, o brasileiro que ainda não possui visto emitido precisará ter paciência para conseguir viajar para os Estados Unidos.
No início do governo Bolsonaro, houve uma grande aproximação entre Brasil e EUA. O Palácio do Planalto liberou norte-americanos de tirar visto para entrar no Brasil, sem exigir contrapartida do governo do então presidente Donald Trump em favor dos brasileiros.
Em maio de 2020, o Brasil poderia ter se valido do princípio da reciprocidade para forçar novamente os norte-americanos a solicitar visto para entrar no país. O pretexto estava dado. O Itamaraty não fez isso. Preferiu manter o atendimento público nos seus consulados nos EUA, que atendem também aos cidadãos locais na área de negócios, entre outros.