O Chile é um dos dois países que o Brasil não faz fronteira na América do Sul, mas esse país, que possui apenas 0,09% do território brasileiro tem muito a nos ensinar. Um estudo inédito elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que o Chile tem um patamar recorde de 94% de participação privada nos serviços de saneamento básico. E os resultados obtidos para a população são: abastecimento de água e esgotamento universais, tratamento de esgoto próximo a 100%, além de ótimos padrões de qualidade na prestação dos serviços.
No Brasil, os indicadores de saneamento ilustram o elevado déficit deste setor. O abastecimento de água chega a apenas 83,3% da população, enquanto somente metade da população brasileira (50,3%) tem acesso ao serviço de coleta de esgoto e apenas 42,7% do esgoto gerado é tratado.
O estudo da CNI também aponta a importância da participação privada no setor de saneamento em outros países como Canadá, Estados Unidos, Japão, México e Inglaterra. Na Alemanha, por exemplo, grande parte dos serviços de saneamento é executada por empresas privadas (60% do volume de água). O índice de perda de água do país europeu é de apenas 6,8%, enquanto que em nosso país a taxa chega a 37%.
Para a Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (Fies), o Brasil ainda engatinha em relação ao plano de universalizar os serviços de saneamento básico até 2033, conforme o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Além de melhorar a saúde pública e proteger o meio ambiente, a universalização do saneamento é fator de competitividade, uma vez que melhora a produtividade do trabalhador e movimenta a economia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada US$ 1 investido em água e saneamento, são economizados US$ 4,3 em custos de saúde no mundo. No estudo da CNI, por sua vez, estima-se que para cada R$ 1 bilhão investido no setor de saneamento podem ser gerados R$ 3,1 bilhões de acréscimo no valor bruto da produção no país, além de 58,2 mil empregos diretos e indiretos.
Unicom Fies