A capacidade de armazenamento no Brasil aumentou 3,3% do primeiro para o segundo semestre de 2015, com 166,1 milhões de toneladas. Os dados são da Pesquisa de Estoques referentes ao segundo semestre de 2015, divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No segundo semestre do ano passado, houve um acréscimo de 0,8% no número de estabelecimentos ativos, passando de 7.858 para 7.918 do primeiro para o segundo semestre. Enquanto na região Centro-Oeste – a que mais aumentou a capacidade de estocagem – o número de estabelecimentos ativos cresceu 3,7% entre um semestre e outro, na região Nordeste foi registrada a menor queda no total de estabelecimentos ativos: -1,2%.
Predominância de silos
Em termos de capacidade útil armazenável, os silos continuam predominantes, tendo alcançado no segundo semestre de 2015 72,4 milhões de toneladas, um crescimento de 3,3% em relação ao primeiro semestre. Em seguida, vêm os armazéns graneleiros e generalizados, que aumentaram no período 5,9%, atingindo 63,2 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável. Já os armazéns convencionais, estruturais e infláveis acusaram queda de 1,8%, com 30,5 milhões de toneladas.
Por produtos
Com aumento de 2,6% na capacidade de estocagem e 3,2 milhões de toneladas estocadas em 2015, a soja em grão foi o único produto que expandiu essa capacidade. Na avaliação do IBGE, esta quantidade, no entanto, representa muito pouco frente à produção nacional de soja, que atingiu em 2015 o recorde de 97 milhões de toneladas. Este comportamento é considerado normal para a data de 31 de dezembro, já com a proximidade da nova colheita.
Já o milho em grão foi o produto que fechou dezembro do ano passado com o maior volume estocado: 10,1 milhões de toneladas. Ainda assim, houve queda em volume de 9,5% em comparação com o fechamento de 2014. Segundo o IBGE, esta redução no volume estocado está diretamente relacionada ao aumento das exportações.
Outro importante produto, o trigo em grão foi o que obteve a maior redução percentual no volume estocado. Fechou o ano com os estoques em queda de 25,1%, com apenas 4,4 milhões de toneladas. Segundo o IBGE, esta diminuição decorre do excesso de chuvas nas lavouras da região Sul, que concentra cerca de 90% da produção nacional.
O volume estocado de arroz (em casca) foi de 1,9 milhão de toneladas, uma redução de 9,5%. A produção nacional atingiu 12,3 milhões de toneladas, praticamente a mesma do ano anterior. Os estoques baixos também são normais na data de referência da pesquisa (31/12) pelo mesmo motivo da soja. O café total (em grão) apresentou mais uma redução nos estoques: 16,7%. O estoque no final do ano passado era de 1,1 milhão de tonelada. “A seca que afetou a produção brasileira de café nos últimos anos reduziu os estoques do grão”, justificou o IBGE.