A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) distribuiu na segunda, 23/09, ao mercado, uma minuta de edital de licitação para serviços de publicidade, para análise e envio de sugestões.
Com 108 páginas, o novo modelo de edital ainda está sendo discutido pelas lideranças do mercado publicitário brasileiro — tivemos a informação de que advogados da Abap e da Fenapro começaram a destrinchá-lo –, mas o site Janela verificou que há itens que são unanimemente polêmicos, como o que determina que a agência só precisará manter em Brasília, como estrutura mínima para atender ao cliente, três profissionais.
Teoricamente, isso resolveria a crítica que o mercado tem feito de que o Governo vinha exigindo a montagem de grandes estruturas profissionais — como complexos comitês de mídia — mas, sem a garantia de receita de veiculação, sobraria para as agências o custo de manter os profissionais contratados.
Não por acaso, Brasília viveu, nos últimos 9 meses do Governo Bolsonaro, uma de suas maiores crises profissionais, com demissões em massa das agências estabelecidas naquele mercado.
A nova determinação da Secom, no entanto, acabou sendo vista como uma pá de cal no mercado de trabalho para a publicidade em Brasília, já que, se o sistema for adotado, será perfeitamente possível uma agência de qualquer estado brasileiro conquistar a conta de um Ministério e cuidar de toda a criação, planejamento e mídia pelos profissionais da sua sede, mantendo em Brasília apenas uma salinha de Brasília com um atendimento, uma telefonista e um boy.
Como previsto — e as matérias na imprensa já levantaram o assunto — o novo modelo de edital acaba com a divisão entre os trabalhos On e Off prestados pela agência. Ou seja, uma agência só prestará os dois trabalhos, como tem sido defendido pelas entidades representantes das agências de publicidade (e combatido pelas associações de agências digitais).
No entanto, a remuneração não melhorará. Aproveitando que o Google saiu do CENP, estabelece que os honorários da agência, no caso de veiculações no Google, será de 3,5%.
E no caso de produção, quando houver veiculação, a Secom pretende remunerar a agência com honorários de 1,5%, apontaram os executivos que já analisaram a minuta.
Fonte: Janela