O auxiliar de administração Reginaldo Silva decidiu instalar placas solares para economizar na conta de luz. “Pagava em torno de R$ 700 por mês com energia elétrica. O financiamento foi a nossa melhor opção, já que temos muitos eletrodomésticos. Atualmente, o valor do empréstimo e da taxa da energia se igualam às contas mensais anteriores às placas solares”, explica.
Morador de Aracaju, Reginaldo deve quitar o empréstimo no início de 2023, quando passará a pagar somente a taxa da concessionária de energia. Ao final, a economia deve girar em torno de 80% do valor pago. Ele é um dos 89 moradores de Sergipe que buscaram crédito no Banco do Nordeste para a instalação de placas solares nas residências, de janeiro a outubro. As aplicações do BNB no estado, por meio do programa FNE Sol Pessoa Física, somam mais de R$ 3 milhões.
Resultados
Desde 2019, ano em que o BNB passou a financiar pessoas físicas no âmbito do FNE Sol, as contratações nesse segmento de mercado apresentam tendência crescente, em toda a Região Nordeste e norte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. De janeiro daquele ano a setembro último, foram disponibilizados mais de R$ 295 milhões em recursos, por meio de 9.370 operações, beneficiando mais de 46 mil pessoas.
Em 2021, a instituição já aplicou R$ 103 milhões para este público, na posição de 30 de setembro, o que representa um incremento de 31% em relação ao realizado no mesmo período do ano passado. O montante já supera as contratações de 2019 (R$ 86,6 milhões) e já está próximo da marca de 2020 (R$ 112,9 milhões).
“Em vista do bom desempenho da linha, e com o intuito de atender à demanda crescente de financiamento, o Banco já se articula junto à Sudene para ampliar a meta programada para 2021, de R$ 80 milhões para R$ 120 milhões, e definir o montante de R$ 145 milhões para a Programação do FNE 2022”, informa o superintendente de Negócios de Varejo e Agronegócio do BNB, Luiz Sérgio Farias Machado.
Benefícios
“A energia solar fotovoltaica é considerada uma alternativa energética promissora para enfrentar os desafios da expansão da oferta de energia com menor impacto ambiental. O FNE Sol é uma ação inovadora que leva o cliente pessoa física ao papel de gerador de energia, promovendo a disseminação junto a sua comunidade e melhorando a vida da sua família”, afirma o presidente do Banco do Nordeste, Anderson Possa.
Um dos benefícios da linha é que, após o período de amortização do financiamento, não existirá mais o custo com energia elétrica e toda a energia solar gerada fará a compensação na conta mensal, reduzindo os custos daquela unidade familiar.
Mercado e sustentabilidade
Segundo estudo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), o Nordeste sedia 18,9% da geração fotovoltaica distribuída do País. Até 2030, a região deve estar com a potência instalada entre 16,8 GW e 24,5 GW, a depender das regras a serem adotadas na revisão do marco legal da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) e de alterações no modelo tarifário da baixa tensão.
O Nordeste também deve ser mais contemplado nos investimentos previstos em energia solar, em função de sua elevada competitividade nessa atividade. “Essa Região, em particular sua porção semiárida, onde a elevada irradiação está associada à ocorrência de baixa precipitação e menor cobertura de nuvens ao longo do ano, se credencia a ser o destino prioritário de investimentos em geração de energia elétrica a partir da fonte solar”, avalia o pesquisador Francisco Diniz Bezerra, do Etene.
Além de ser uma tecnologia econômica e renovável, viável para a região Nordeste, a geração de energia solar contribui com um país sustentável, proporcionando vários benefícios para o meio ambiente, a exemplo de redução de poluição por fontes contaminadoras e de gases do efeito estufa e a diminuição do desmatamento.
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