Com o objetivo de ganhar forças e alavancar uma expansão nacional no segmento de produtos lácteos, a cearense Betânia e a mineira Embaré – dona da marca Camponesa – vão unir suas operações. Juntas, as empresas terão um faturamento anual de R$ 3 bilhões.
Com a união, as empresas irão disputar o segundo lugar no ranking das maiores empresas do país em captação de leite com a suíça Nestlé. A liderança no segmento é da Laticínios Bela Vista, dona da Piracanjuba.
Quem costura a transação é o fundo de private quity Arlon. O mesmo que em 2017 comprou uma fatia societária de 20% da Betânia. A conclusão do acordo depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Juntas, Betânia e Embaré processaram mais de 1 bilhão de litros de leite no ano passado. A companhia resultante da fusão deverá acirrar a disputa com a Nestlé, que vem encolhendo desde 2019. No ano passado, a multinacional suíça processou 1,3 bilhão de litros de leite, o que corresponde a uma queda de 14,6% na comparação anual com 2019.
Acredita-se que, pela forte presença regional, as duas companhias devem manter suas marcas. Com cinco fábricas no Nordeste e 12 centros de distribuição, a Betânia é líder na categoria longa-vida (UHT) e iogurte na região. Ainda em outubro de 2021, a empresa inicia as operações da sua primeira fábrica de leite em pó, localizada em Morada Nova, Ceará.
Com sede em Lagoa da Prata, a Embaré possui, ainda, fábricas em Santo Antônio do Monte e Patrocínio, também em Minas Gerais, com capacidade de processamento de 2,8 milhões de litros de leite por dia. Para ampliar a produção de leite em pó, a companhia arrendou uma fábrica da Quatrelati, em Patrocínio (MG).