Após crise, executivos e empresas vivem dilema


Enfrentar crises não é novidade para as empresas que atuam no Brasil. A maioria dessas turbulências dura cerca de um ano, mas não foi o que aconteceu na última recessão, cuja recuperação ainda segue a passos lentos. E isso impactou fortemente o mercado de trabalho, inclusive dos executivos.

Rubens Prata, CEO da Stato , avalia que a crise prolongada trouxe uma efeito colateral inusitado: executivos passaram a ser demitidos. Como a oferta desses profissionais altamente capacitados cresceu bastante, muitos passaram a aceitar propostas de remuneração mais baixa. Parecia um grande negócio para companhias que contrataram executivos desembolsando menos do que imaginavam, mas agora a conta pode chegar.

“Essa é uma decisão de altíssimo risco”, afirma Prata. Isso porque a a empresa agraga alguém que sabe ter capacidade para estar melhor posicionado.  De acordo com o CEO da Stato, isso significa que, com o tempo, aquele profissional tentará internamente retomar a condição que já teve no passado. Para lidera com a situação, é preciso contar com liderança de qualidade, com um chefe que saiba lidar com essa ansiedade daquele executivo.

Há ainda um outro aspecto importante. “Quando a crise passar, e a gente acredita que este momento está chegando, essas pessoas vão olhar para o mercado. E quem contratou esse bom profissional com custo menor, corre risco de perdê-lo”, pondera Prata. A solução passa por  desenvolver um modelo de retenção capaz de fazer com que ele fique na empresa, pensando no longo prazo. “A contratação feita com essa característica é uma contratação de curto prazo. Agora é hora de reter esse profissional com propostas que façam sentido no longo prazo de carreira”, completa o especialista.