Anatel viabiliza o uso para o 5G


No final deste ano ou até o início de 2019, a Anatel deve aprovar uma nova destinação para a faixa de 3,5 GHz, viabilizando seu uso para a 5G. A afirmação foi feita pelo gerente de Espectro, Órbita e Radiodifusão da agência, Agostinho Linhares, em palestra no Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, na segunda-feira (4).

Segundo Linhares, já existe uma proposta na Anatel que atende tanto o serviço de quinta geração quanto aos usuários de serviço de TV via antena parabólica (TVRO) usando a banda C e que seria afetada. Esse acordo passa pela utilização de outras faixas para o serviço não regulado, mas que a Anatel reconhece como de grande importância, especialmente nas zonas urbanas. Na área rural, a agência acredita que será mais fácil esse deslocamento, porque há espectro livre em diversas faixas.

Para isso, a agência deve iniciar uma série de testes para averiguar a convivência dos atuais equipamentos de TVRO com as estações para 5G. O objetivo é saber como o serviço de TV será afetado com a nova geração de aplicações em telecomunicações nessa faixa.

Linhares e Jefferson Feud, assessor internacional da Anatel, falaram no Conselho de comunicação Social sobre o trabalho da agência em órgãos internacionais, especialmente na UIT, que promove nova Conferência Plenipotenciária, em outubro.

Segundo Fued, um dos temas deste ano é a definição de um “disciplinamento” para as OTTs, que considera um dos mais difíceis de consenso. Ele ressaltou que o Brasil conseguiu uma vitória importante, que foi a harmonização de uma definição do termo, que ficou estabelecido como aplicações que concorrem com serviços de telecomunicações. “A partir desse conceito, foi aberta a possibilidade de discussão dessas plataformas pela UIT”, afirmou.

No final do encontro, o representante da sociedade civil no conselho, Fábio Andrade, que é diretor da America Móvel, sugeriu o convite ao presidente da Anatel para que esclareça a proposta da agência para licitação da sobra da faixa de 700 MHz. De acordo com Andrade, há um movimento açodado da autarquia em realizar o leilão ainda este ano, quando nem todas as frequências da faixa, que antes eram usada pela TV analógica, foram entregues.

Faixa de 3,5 MHz

Em março, o então presidente da Anatel, Juarez Quadros, ao participar da abertura do Encontro Tele Síntese, informou que no modelo de transição da TV analógica para a TV digital, a limpeza da faixa de 700 MHz, até então ocupada pela TV analógica, foi feita com o apoio das operadoras que comparam as frequências para a telefonia móvel 4G. Eles foram obrigadas a aportar recursos em um fundo que está financiando a compra de conversores digitais para as famílias de baixa renda. O modelo foi bem sucedido, a migração da TV analógica para a digital foi realizada nas diversas regiões do país sem solavancos e a Anatel tem sido convidada a apresentar a experiência em diversos fóruns internacionais.

Segundo Quadros, um levantamento mostrou que existem 20 milhões de TVs na faixa de 3,5 MHz que usam antenas parabólicas que provocariam interferência. Teoricamente, essa interferência poderia ser anulada com a instalação de conversores. “Isso é o que está em estudo pela área técnica”, disse o presidente da agência em março deste ano. Se essa for uma solução técnica eficiente, o modelo da TV digital poderá vir a ser adotado no leilão das frequências da faixa de 3,5 GHz.

Fonte: Telesintese