A loucura dos bancos centrais levará a outra crise, diz grande investidor


A quantidade de dinheiro injetado na economia pelos bancos centrais, em diversos países, é uma bomba relógio que vai explodir a qualquer momento. Essa é a visão de Jim Rogers, investidor americano, que fundou o lendário Quantum Fund, junto com George Soros, nos anos 70.

Para Rogers, o volume de compras de títulos e ações dos BCs é insano. “Isso é bom para os investidores, para os acionistas e para a imprensa de negócios. É bom para o mundo? Não”, afirmou o investidor, em artigo publicado no jornal indiano The Economic Times.

O fim desse jogo será o estouro de uma bolha, algo que, historicamente, acontece após períodos longos de alta nos mercados. “Especialmente quando há um grande fluxo repentino de dinheiro”, afirma. Rogers, no entanto, não arrisca um prazo para isso acontecer.

A eleição americana piora o cenário. Para Rogers, o presidente americano, Donald Trump, irá gastar o que puder para assegurar a reeleição. “É isso que eles [os políticos] fazem. Eles não ligam para nós. Não ligam para nossas crianças. Só se importam em ser reeleitos”, disse Rogers.

Bancos centrais se excederam, diz Gustavo Franco 

Os bancos centrais do mundo todo se viram obrigados a atuar na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus de uma forma inédita na história.

Ansiosos e pressionados pela urgência da situação, fizeram o que sabem fazer: injetar dinheiro na economia. Mas se excederam, e as consequências que podem vir desse movimento são desconhecidas.

A análise foi feita por Gustavo Franco, ex-presidente do BC e sócio da Rio Bravo Investimentos, na quinta-feira, 16, em live conduzida pelo economista Arthur Mota e pela especialista em fundos de investimento da EXAME Research, Juliana Machado, no YouTube.

“Como um atacadista que é, o Banco Central tem dificuldade de se relacionar com o varejo, onde o dinheiro tem demorado a chegar” disse Franco. “Na parte que eles puderam tratar, se excederam, não por mal, mas por tentar tratar o doente.”