Em decisão inédita, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu reajustar os preços dos planos de saúde em -8,19%. Apesar da redução, a medida deve alcançar apenas 18% dos planos, totalizando 8 milhões de pessoas beneficiadas.
As operadoras terão até 30 de abril de 2022 para diminuir os preços dos planos privados individuais e familiares. Este é o primeiro reajuste negativo na história da agência e, de acordo com a ANS, as operadoras não tem a opção de não baixar os valores. Caso não o façam, elas estarão em desacordo com a regulamentação atual.
O novo valor, válido para o período entre maio de 2021 e abril de 2022, beneficia apenas os contratos individuais, excluindo planos coletivos empresariais e por adesão, que não são regulados pela ANS, mas representam grande parte dos contratos no Brasil.
Nos últimos anos, os planos individuais foram menos escolhidos do que os coletivos empresariais pela falta de opções e valores de entrada mais altos. Por esse motivo, as operadoras priorizam planos que, agora, não serão impactados pelo reajuste da agência.
Em 2020, a ANS reajustou o valor dos planos em 8,14%. A alta foi causada pelo aumento das despesas das operadoras e pela maior sinistralidade de 2019.
Uma pesquisa do Idec, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, realizada a partir de reclamações sobre as maiores operadoras no Brasil, indica que o reajuste médio dos planos coletivos foi de 11,28% em 2020. O aumento foi mais de 3% acima do máximo estabelecido pela agência para os planos individuais.
Paulo Rebello, presidente da ANS, participou na última quarta-feira, 7, de sabatina no Senado Federal e decidiu adiantar a notícia do reajuste negativo para 2021. De acordo com ele, o motivo para a redução é exatamente o oposto do que ocorreu em 2019: a baixa sinistralidade dos planos de saúde.
Nesta 5ª feira, a ANS também mostrou os números dos planos de saúde em 2020. Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, já que 2020 foi um ano tomado pela pandemia, houve queda de 25% nas consultas e de 14,6% nos exames, que totalizaram 916 mil procedimentos. A diminuição do uso dos planos de saúde, em 2020, também ocorreu com terapias, internações, procedimentos odontológicos, consultas com cardiologistas e oncologistas.
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