Pesquisa aponta fragilidade de caixa das PMEs


Pesquisa aponta fragilidade de caixa das PMEs
Imagem: Pexels

Muitos empreendedores precisaram recorrer a financiamentos e empréstimos durante a pandemia para não assistirem suas empresas se afundarem em dívidas. Com o objetivo de quantificar esta realidade, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizou uma pesquisa que indica que mais de 56% das empresas têm alguma operação de financiamento ativa. 

A pesquisa mostra que os maiores impactos causados pela pandemia foram sentidos pelas micro, pequenas e médias indústrias. Estas correspondem a 90% das operações de financiamento realizadas. 

O estudo contou com 301 participantes e revela que 66% das micro, pequenas e médias empresas que solicitaram crédito junto às instituições financeiras o fizeram para ter capital de giro. Os números mostram que as incertezas causadas pela crise econômica e sanitária de 2020 e 2021 trouxeram à tona a fragilidade de caixa de muitas empresas. Por outro lado, vale observar que manter uma sobra de caixa que sustente mais de um ano de pandemia com comércio fechado e pouco consumo por parte da população é pouco viável.

A contadora Maryvan Mendonça explica que o planejamento financeiro de uma empresa é de extrema importância, independentemente de pandemia. “Toda e qualquer empresa precisa conhecer, planejar, calcular e equilibrar suas contas; sem isso é impossível ser empresário”, ressalta. Segundo a contadora, que tem escritórios nas cidades sergipanas de Aracaju e Itabaiana, ela orienta seus clientes a manterem um fluxo de caixa que cubra, pelo menos, seis meses das despesas fixas da empresa. 

A principal dificuldade apontadas pelas indústrias nesse período foi o aumento dos preços das matérias-primas. Não foi possível repassar todo o custo para o consumidor, pois o risco de perder clientes seria grande. Portanto, a indústria precisou absorver essas perdas financeiras e a lucratividade diminuiu. 

Investimentos

A mesma pesquisa foi realizada pela Fiesp em 2019 e mostrou uma intenção de investimento de quase 50% dos participantes. Nesta nova edição da pesquisa, o número caiu para 28%, um patamar considerado baixo. A federação acredita que o principal motivo é que as PMEs estão, no momento, mais preocupadas em captar recursos para o dia a dia, folha de pagamento, impostos etc. 

 

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