Bons ventos rumam em direção a Aracaju


Tiago Oliveira

Tiago OliveiraTiago Oliveira
Jornalista; Gestor Público; atuou como Assessor de Comunicação da Justiça Federal em Sergipe e, atualmente, na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise). Acompanhe no Linkedin https://www.linkedin.com/in/tiagondeoliveira/

Cometendo o erro estético de repetir o título, repito. Bons ventos rumam em direção a nossa Capital. A virada de 2017 demonstra que as trapalhadas da política brasileira (que devem ser resolvidas o mais rápido possível) já atrapalharam o suficiente o empreendedor que quer voltar a ganhar dinheiro e, nesse momento de retorno do investimento, boas notícias permeiam nosso Estado e a nossa capital que, apesar de ser a menor (Capital) do menor (Estado) do Brasil, demonstra ter um grande potencial de atratividade.

A repercussão dessa semana foi a divulgação do Índice de Cidades Empreendedoras. O estudo é feito pelo ENDEAVOR, maior organização de apoio ao empreendedorismo e ao empreendedor de alto impacto no Brasil. De acordo com o relatório, nossa Capital se destaca, pelo segundo ano consecutivo, como a mais ágil no processo de abertura de empresas, resultado de uma política de somação de esforços entre o Governo Federal, Governo do Estado e a Jucese, operacionalizada através do Portal de Serviços Agiliza Sergipe e a Rede Sim.

Mas essa não é a única boa notícia. Embora não figure em primeiro, o relatório do Endeavor demonstra outros pontos positivos da nossa pequena economia, entre eles pode-se destacar que nossa Capital figura em 17º lugar no acesso ao investimento, superando Salvador, Recife e Natal, principais Capitais do Estado de Sergipe. Nesse sentido se faz necessário destacar o papel decisivo do Banco do Nordeste no provimento de investimento em nossas empresas. Para o ano de 2018 espera-se que o banco disponibilize para o nosso Estado o montante de 665 milhões de reais.

No quesito inovação nossa Capital está em 18º lugar, posição superior a diversas cidades do Sudeste e de praticamente todas as Capitais nordestinas. Observa-se, por exemplo, que Aracaju tem um índice de mestres e doutores de 9,27 para cada 100 empresas, número muito inferior aos 19,41 de Florianópolis, e precisa melhorar muito. Contudo já apresenta resultado superior ao de cidades como Curitiba e Belo Horizonte. Ainda nesse tópico, o Índice relacionado ao tamanho da economia criativa (em relação ao total de empresas) deixa qualquer Sergipano orgulhoso, alcançando a margem de 2,18%, superior a cidades como Blumenau, Maringá, Recife, Goiânia, etc.

A Infraestrutura do Estado encontra-se em 7º lugar, conforme demonstrou o Ranking de Competitividade dos Estados, entretanto nossa Capital não está no topo das classificações. De certa forma, isso demonstra uma administração estadual descentralizada, preocupada com o interior, mas acredito que esse indicador represente um óbice para o investimento em uma cidade que tem ligação próxima com duas das principais BRs do País, que se encontra localizada a menos de 30 Km de um porto e que tem um aeroporto internacional no seu território.

Observa-se, também, que precisamos melhorar no quesito de qualificação da mão de obra, nossa formação básica e especializada, embora melhor classificada que seis outras cidades, ainda carece de ações que possibilitem sua melhoria.