Professor relata como é a carreira de pesquisador em Sergipe


O corpo docente da Universidade Tiradentes é composto por mestres e doutores altamente capacitados em suas respectivas áreas. Além de professores, muitos são pesquisadores no Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), localizado no campus Unit Farolândia. É o caso do doutor em Engenharia de Processos, Ranyere Lucena, docente da instituição desde 2015, e bolsista de produtividade em pesquisa nível 2 na área de Engenharia Química do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

Mas, a história de dedicação à ciência começou 10 anos antes como voluntário de Iniciação Científica durante a graduação em Engenharia Ambiental. “Com dois anos de graduação eu tive a oportunidade de conhecer os laboratórios do ITP. Em uma das disciplinas, o professor trouxe a gente ao Instituto e a gente ficou maravilhado com o universo da Pesquisa. A partir daí, eu fiquei buscando oportunidade de como é que eu poderia ingressar, por exemplo, na Iniciação Científica para estar dentro desses laboratórios. Aí surgiu uma oportunidade, uma vaga de Iniciação Científica como voluntário, fui selecionado e fiquei até hoje”, relembra Lucena.

 

Já dentro deste mundo, Ranyere foi gostando cada vez mais e produzindo resultados, publicando artigos em revistas e apresentando em congressos. Com tudo isso, ele construiu um currículo que lhe deu a possibilidade de participar do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e ser convidado para passar três meses na Universidade de Aveiro, em Portugal. Enquanto graduando, ele participou de três projetos de Iniciação Científica, todos envolvendo a produção de Biodiesel, ou seja, buscando formas sustentáveis para o combustível.

 

“Eu comecei a produzir biocatalisador para poder produzir o biodiesel, ou seja, catalisar a reação para a produção de biodiesel. Depois, comecei a otimizar esse biocatalisador e depois eu comecei a produzir esse biocatalisador e purificá-lo. Então, se pudesse resumir todas as Iniciações Científicas que eu fiz, foram com esse central do biodiesel e tudo o que envolvia esses processos para otimizar a produção de biodiesel mais sustentável, um biodiesel verde”, explica o pesquisador.

 

Ao sair da graduação, Ranyere já sabia que iria continuar atuando na Pesquisa Científica. “A passagem foi bastante fluida, na verdade. Eu finalizei a graduação e um mês depois já estava inscrito no mestrado do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Processos. O tema estava alinhado com o que eu tinha feito na Iniciação Científica, então a IC me deu uma maturidade fantástica do ponto de vista de escrita científica, acabou me abrindo todas essas oportunidades de participar de grupos de pesquisa e discussão científica. Isso fez com que eu tivesse um desempenho muito bom. Consegui produzir bons artigos, trabalhos e parcerias, e visitei outras instituições. Tanto que no final do meu mestrado, eu fui convidado para fazer já o doutorado antes de completar os dois anos”, conta.

 

Dedicação exclusiva

Durante todo esse tempo, Ranyere teve dedicação exclusiva, ou seja, foi contemplado com bolsa de estudos para ser estudante-pesquisador, alcançando um alto nível na área de Engenharia Química, como bolsista de Produtividade em Pesquisa nível 2 (PQ-2) pela  Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No mestrado, recebeu o Prêmio João Ribeiro de Divulgação Científica e Inovação Tecnológica (Fapitec/SE) na categoria Pesquisador Júnior, fruto do trabalho: emprego de aditivos na imobilização sol-gel de lipases. Posteriormente, no doutorado, foi novamente premiado, desta vez, na categoria Pesquisador Sênior, com uma estudo sobre extração e purificação de capsaicina em pimentas do gênero Capsicum. Como atividade de pós-doutorando, realizou pesquisas na área de tecnologias de separação de produtos bioativos, no Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP).