O dólar subia nesta quarta-feira e operava na casa de R$ 3,50 pela primeira vez em quase dois anos, influenciado pelo cenário externo em meio a leituras de que o aperto monetário nos Estados Unidos pode ser mais firme do que o inicialmente previsto e afetar o fluxo de capital global. Só neste mês, a moeda acumula alta de 5,2% em relação ao Real. A continuidade da valorização do dólar seguia refletindo as preocupações sobre possível aperto monetário mais forte do que o inicialmente previsto nos Estados Unidos, em meio às fortes altas dos rendimentos dos Treasuries norte-americanos nos últimos dias.
O papel de 10 anos seguia acima da barreira psicológica de 3 por cento, com a possibilidade de inflação maior nos EUA diante dos preços de commodities em alta e atividade econômica forte, além de preocupações com emissões mais pesadas de títulos do país.Mais inflação demandaria atuação mais firme do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que poderia subir os juros mais rapidamente e acabar atraindo recursos aplicados hoje em outros mercados financeiros, como o brasileiro.
Neste cenário, o dólar atingia alta de quatro meses contra uma cesta de moedas e avançava sobre divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.O avanço do dólar tem levado muitos agentes do mercado a especular sobre eventual atuação mais forte do Banco Central no mercado cambial. Por enquanto, o Banco Central só fez seu leilão de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares, no qual vendeu todo o lote de 3,4 mil contratos, rolando 2,210 bilhões de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vence em maio. Se mantiver esse volume diário e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.
Em 3 de maio também vencem 2 bilhões de dólares em leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, segundo dados do BC.
Fonte: Agência Reuters