País tem maior receita do gênero da América Latina e é oitavo mercado do mundo, segundo estudo divulgado no Rio Market
Apesar de ser o maior mercado de vídeo on demand (VOD) da América Latina, o Brasil é o oitavo no mundo no segmento e ainda há um grande espaço para o desenvolvimento desta plataforma por aqui. Com uma receita estimada de US$ 352,3 milhões em 2016, o País viu o montante relativo a este serviço crescer 415% entre 2012 e este ano.
Os dados são parte do estudo “O Impacto Econômico do Setor Audiovisual Brasileiro”, desenvolvido pela consultoria Tendências com patrocínio da Motion Pictures e parceria do Sicav. Os resultados foram apresentados nesta sexta-feira, 07, durante o Rio Market, evento voltado ao audiovisual que integra o Festival do Rio e acontece até o dia 16.
Em mercados regulares a média de penetração do VOD é de 20% enquanto por aqui este índice ainda é de 11%. Mesmo assim, a penetração do vídeo on demand no Brasil é duas vezes maior que no México e três que na Argentina. “Os preços ficarão mais acessíveis com o tempo o que ajudará a contribuir com que novos públicos usem o serviço”, comentou Ricardo Castanheira, da Motion Pictures, na apresentação da pesquisa.
Avaliando o panorama geral do audiovisual, o estudo levantou ainda outros dados do setor como o grande desafio que o cinema tem para chegar a um número maior de habitantes. “Apesar do muito que tem sido feito, ainda há um fosso grande no Brasil. Cerca de 47% da população não tem em seu município uma sala de cinema”, observou Castanheira.
Ao comentar o tamanho do problema que é a pirataria, ele citou números alarmantes: existem mais de 400 websites de pirataria audiovisual voltados para o mercado brasileiro oferecendo mais de 13 mil títulos nacionais e estrangeiros; entre dezembro de 2015 e maio de 2016, eles receberam 1,7 bilhão de visitas. “Basta compararmos com o Netflix, o principal serviço de VOD no Brasil, que tem quatro milhões de assinantes, para vermos tamanho do que estes senhores tem na pirataria”, apontou.
Ancine também divulgou dados
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) também apresentou esta semana dois estudos sobre o mercado audiovisual brasileiro. O primeiro deles consiste na atualização anual de seu “Estudo sobre Valor Adicionado pelo Setor Brasileiro”. Já o segundo apresenta uma análise sobre comércio exterior de serviços audiovisuais no Brasil. “Ambos os estudos revelam a força do setor audiovisual brasileiro, responsável por injetar R$ 24,5 bilhões na economia em 2014 e por movimentar US$ 1,74 bilhões entre importações e exportações de serviços audiovisuais em 2015”, comentou Manoel Rangel, presidente da entidade.
Ele informou ainda que o Brasil importou US$ 1,1 bilhão em licenciamento de direitos de conteúdos audiovisuais, contra a exportação de apenas US$ 81 milhões. “Isso confirma a necessidade de seguir investindo em mais filmes e séries brasileiras para ocupar o mercado interno e aumentar as vendas para o exterior”, concluiu.
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