Uma pesquisa que entrevistou 264 representantes de organizações dos setores de turismo e cultura, revela que o turismo cultural foi o mais afetado pela pandemia no Nordeste. Total de 81,48% dos participantes destacam a atividade como a mais afetada no setor, seguida do turismo de experiência (57,6%) e do turismo religioso (53,9%). O levantamento foi realizado pela Embaixada da França no Brasil, o Consulado da França em Recife, as Alianças Francesas de Salvador, Recife e Fortaleza e o Grupo de Pesquisa Logos Comunicação Estratégica, Marca e Cultura.
Os dados foram obtidos entre julho e dezembro de 2020, e também havia expectativa dos entrevistados de que as atividades retomassem ao longo de 2021 com projetos em parceria com o poder público. Ao todo, 53,7% acreditava na articulação entre o poder público governamental, iniciativa privada e organização da sociedade civil fundamental para definir as diretrizes e estratégias de aquecimento do setor.
A criação de editais voltados a segmentos específicos de turismo e cultura (74,07%), o acesso a créditos para adequação das condições do setor aos novos (60,49%), além da capacitação (curta duração) e a formação continuada (longa duração) dos profissionais do trade turístico e agentes culturais (58,64%) estão entre as principais soluções indicadas pelos entrevistados para contornar os efeitos da pandemia.
“Com a pesquisa foi possível ter uma melhor visibilidade da situação e da expectativa dos atores do setor. Juntar profissionais dos dois países permitirá consolidar os laços e pensar no desenvolvimento de projetos estruturantes entre França e Brasil para o Nordeste”, destaca Amina Mazouza, diretora executiva da Aliança Francesa de Recife.
Embora a expectativa de retomada seja, no primeiro momento, creditada ao turismo interno, as ações de atração voltadas ao mercado internacional precisam levar em conta um fator fundamental: o conhecimento de idiomas estrangeiros. “Estamos em um mundo globalizado. Aqui em Fortaleza, os profissionais quase não falam outro idioma. Pelo menos, o inglês, é fundamental. Isso é um ponto de carência do turismo de massa”, Marc Ellul, diretor da Aliança Francesa de Fortaleza.
Fonte: O Povo