Teatro Tobias Barreto lota com palestra “Prosperar na Crise”, ministrada por Ricardo Amorim


Os empreendedores sergipanos lotaram o Teatro Tobias Barreto em Aracaju para assistir a palestra do economista Ricardo Amorim sobre como Prosperar na Crise. Ricardo Amorim é autor do livro Depois da Tempestade, apresentador do Manhattan Connection da Globonews, presidente da Ricam Consultoria, o brasileiro mais influente no LinkedIn, único brasileiro na lista dos melhores e mais importantes palestrantes mundiais do Speakers Corner e o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes.

Durante a palestra Amorim falou sobre temas importantes, como crescimento econômico, como prosperar na crise, empreendedorismo, crise política e econômica, desemprego, como sair da crise, bonança. Abaixo seguem os principais assuntos abordados por Ricardo Amorim.

Foto: Sebrae

Crescimento da Economia

A economia vai voltar a melhorar, isso vai acontecer, ninguém sabe exatamente quando, daqui há dois, três, quatro ou cinco anos, mas que vai acontecer é certeza, a gente já passou por várias outras crises e essa não será a última, ainda iremos passar por outras.

Como Prosperar e Desemprego

 Em primeiro lugar temos que falar em sobrevivência. Essas empresas, ainda que tenham encolhido e continuam vivas, são as que vão ter condições de quando a crise passar poder aproveitar um cenário mais favorável. Para isso algumas coisas têm que acontecer. Em primeiro lugar, as empresas têm que controlar com unhas e dentes o seu caixa, dinheiro nessa hora vale ouro, porque fica raro. Em segundo lugar precisa pensar em como melhorar o produto, o atendimento, o serviço, porque o que acontece é que as empresas que não conseguirem fazer isso, algumas vão ficar no meio do caminho. Exatamente porque algumas ficam no meio do caminho que aquelas que sobrevivem, uma vez que a economia voltar a melhorar, a gente vai ter uma recuperação e aquelas empresas que se fortaleceram e melhoraram o que fazem são as que vão conseguir crescer mais. Um empreendimento que tinha 12 funcionários e hoje tem três, talvez ele passe a ter 50 funcionários daqui há dois, três, quatro, cinco ou seis anos. Mas pra isso acontecer tem que defender o caixa em primeiro lugar, em segundo pensar em como melhorar o que ela já faz.

Empreendedorismo

A regra fundamental de crise, ninguém gosta de crise porque é desagradável, mas faz a gente sair da nossa zona de conforto e muitas vezes nos leva a fazer coisas que deveríamos, mas não faríamos se não fosse à crise. Isso vale para o micro empresário, para quem está empregado e para quem perdeu o emprego. No caso das pessoas o fundamental é como elas se qualificam mais. Uma das coisas que acho importante para quem quer empreender, empreender não é fácil, pois exigi capacitação, dedicação, perseverança, é saber lidar bem com dificuldades. Todo empresário pequeno, grande, em algum momento vai enfrentar dificuldades, o que quero dizer com isso tudo é que empreender tem que ser uma vocação. Aquele cidadão que perdeu o emprego e vai empreender porque não está achando outra opção e está vendo isso como uma solução temporária, não tem problema nenhum. Ou, se está disposto a ter toda a dedicação necessária para ter sucesso depois, também não tem problema nenhum. Mas, se a pessoa está achando que agora vai ser dono do próprio nariz, faço o que quero porque agora não sou empregado de ninguém e achar que vai ser mais fácil, essa pessoa vai se iludir. É aí que não pode entrar, porque além de se iludir pode perder dinheiro ou ficar numa situação ainda mais complicado do que já estava.

Ricardo Amorim, em momento de autógrafos, com sua produção autoral “Depois da Tempestade”

Crise Política e Moral

Acho que é a razão de estarmos vivendo um momento tão difícil, por isso estamos vivendo uma crise econômica mais profunda. Pelo menos nos últimos 115 anos a gente nunca teve uma crise econômica tão profunda quanto essa. E porque ela foi tão profunda, porque está somando com a crise moral e política, ambas muito graves. O resultado foi que a economia despencou.

Como Sair da Crise

Para sairmos da crise fundamentalmente precisamos resolver três grandes desequilíbrios macroeconômicos. O primeiro de contas externas, como ficou muito caro produzir no Brasil as empresas começaram a produzir cada vez mais fora e trazer os produtos prontos para o Brasil. Ai não se gera emprego no Brasil, renda e capacidade de consumo no país. Em segundo lugar, também porque tivemos uma série de altas de preços de custos, estou falando de salários, aluguéis, financiamento, tudo isso encareceu a produção aqui e fez com que a inflação subisse. Inflação alta por sua vez ela rouba o poder de consumo das pessoas, não adianta ganhar mais se o dinheiro compra menos. O resultado dessas duas coisas levou o Brasil para a crise. Só que essas duas coisas vão ser resolvidas esse ano, primeiro o desequilíbrio de contas externas porque o dólar subiu muito e ficou muito caro importar, ai a gente começa a fazer aqui o que antes estava sendo importado. Segundo a inflação, a recessão é tão brava e tanta gente perdeu o emprego, que os cidadãos não estão conseguindo comprar como antes, as empresas não estão conseguindo vender como antes. A empresa para vender não pode mais subir preço, ai a inflação cai.

Contas Públicas e Congresso

 É fundamental resolver o desequilíbrio gerado no primeiro governo Dilma, o desequilíbrio de contas públicas, o Governo gastava e gasta mais do que tinha, isso não fecha. Se na casa ou em qualquer empresa a gente gasta mais do que a gente ganha, acaba gerando um problema. Com o Governo e com o País é igualzinho. Ai entra a crise política, o Governo Dilma tentou resolver isso quase que exclusivamente subindo imposto, mas o Congresso por causa da crise política não aprovou mais aumento de impostos, travou, a confiança no País foi embora e a crise se agravou. É ai que o Governo Temer tem uma chance, pois tem hoje uma base de sustentação política muito mais sólida do que o Governo Dilma tinha, mas tem várias perguntas: a primeira por quanto tempo? Em particular, a gente considerando que há vários dos Ministros sendo investigados, dois já caíram, enfim. Mas hoje por enquanto o Governo temer tem apoio, tudo que foi colocado para aprovação do Congresso passou. E espero que coloque rápido para aprovação as medidas mais importantes, que vão fazer com que gerem mais confiança, mais empresas investindo, mais empregos sendo gerados, gente com mais dinheiro no bolso, as empresas vendendo mais, possibilitando um círculo virtuoso.

Bonança Depois da Tempestade

Acho que a bonança não só virá, como será mais ampla e farta do que as pessoas imaginam. Acho isso por uma razão muito simples, estudei o que aconteceu em todas as grandes recessões brasileiras nos últimos 115 anos e em todas elas a gente teve na sequência um crescimento econômico por pelo menos três anos de pelo menos 6% ao ano. Ninguém em são consciência imagina que o Brasil possa crescer tanto em breve. Mesmo que não cresça tanto, cresça um pouco menos, ainda assim é muito mais do que as pessoas imaginam. Então, tenho poucas dúvidas que a bonança virá, o que tenho mais dúvida é quando ela começa. Sei que ela começa assim que a confiança for retomada, assim que o ajuste fiscal for feito, mas o ajuste fiscal depende da aprovação do Congresso. Primordialmente duas medidas, gastos públicos e reforma da previdência, como as duas são brigas boas, não sei qual será o tempo que levará para isso acontecer. Mas quando acontecer, as coisas vão melhorar rapidamente.

Fonte: Sebrae Sergipe