De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), o serviço de transporte público em Aracaju e na região metropolitana está à beira de um colapso. Além da arrecadação que está menor devido ao número de usuários que diminuiu, não há aporte extra tarifário por parte das autoridades governamentais, o que dificulta o equilíbrio entre conseguir seguir as exigências estabelecidas para o bem da população e manter as empresas de transporte público em funcionamento.
Desde que a pandemia começou no Brasil, uma das frases mais ditas é “se puder, fique em casa”. Porém, sabemos que a realidade de muitos brasileiros não se enquadra no “se puder”, pois eles normalmente não podem. É preciso trabalhar e para isso enfrentar o sistema de transporte público que, normalmente, encontra-se lotado nos horários de pico promovendo aglomerações não só nos terminais, mas também dentro dos ônibus.
A capital Aracaju e sua região metropolitana contam atualmente com uma frota de 596 ônibus para operar 118 linhas que cobrem toda a região. O sistema atende mais de 230 mil passageiros que circulam no transporte coletivo diariamente.
Recentemente, as empresas prestadoras do sistema integrado de transporte em Aracaju foram notificadas sobre a decisão liminar referente à limitação de público nos veículos em 50% e o uso de máscaras PFF2 pelos trabalhadores do transporte. A decisão visa proteger os passageiros e os trabalhadores do setor. Porém, de acordo com nota divulgada pelo Setransp, as exigências podem prejudicar o funcionamento do sistema.
O Setransp avalia que para reduzir para apenas 50% a capacidade de transporte da população seria preciso dobrar a frota de ônibus na região. Além disso, há o receio de expor os trabalhadores do transporte a confrontos com os passageiros, já que eles terão que barrar a entrada da população nos ônibus quando os mesmos atingissem a capacidade indicada pela liminar. O terceiro ponto de preocupação do Setransp é em relação ao uso das máscaras PFF2 pelos trabalhadores do transporte. A nota pontua que seria necessário pelo menos 120 mil unidades em um mês e um total de 960 mil máscaras até o final do ano, o que daria um investimento de no mínimo R$ 4,1 milhões. Valor do qual as empresas não disponibilizam nesse momento.
Com informações da Ascom/Setransp.
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