Os números do mercado de trabalho em Sergipe continuam mantendo declínio ao longo dos seis primeiros meses de 2016. Os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, via Caged, analisados pela Assessoria de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio-SE), mostra que no primeiro semestre do ano foram fechados 12.277 postos de trabalho no estado. Em junho de 2016 foram eliminados 647 postos de trabalhos celetistas em Sergipe, equivalente à retração de 0,22% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior.
Os setores do mercado que mais promoveram demissões foram a construção civil, com 632 postos de trabalho fechados no mês de junho; comércio, com 444 demissões; e o setor de serviços, que contou com a baixa de 241 postos de trabalho. Já a indústria de transformação e a agropecuária apresentaram saldo positivo na geração de empregos no mês de junho. A agropecuária gerou 386 novas vagas no mercado de trabalho e a indústria promoveu 366 novos empregos para trabalhadores sergipanos em junho.
Ao longo do semestre, todos os setores da economia, à exceção da administração pública, obtiveram perdas de postos de trabalho em Sergipe. A indústria fechou o semestre com saldo de -5.469 trabalhadores, a agropecuária com -1.956, o comércio teve -1.698 empregos, a construção civil perdeu -1.433 obreiros, os serviços industriais de utilidade pública fecharam o período com -910 vagas, o setor de serviços sofreu com -892 postos de trabalho perdidos, e a indústria extrativa mineral encerrou o semestre com -8 trabalhadores. O único setor que obteve saldo positivo foi o de administração pública, que fechou os primeiros seis meses do ano com 89 trabalhadores a mais em seus quadros.
O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, comentou a situação de desemprego em Sergipe, alertando que ainda demorará um pouco para que a economia se recupere e volte a gerar postos de trabalho. “As expectativas para os próximos seis meses continuam pessimistas, pois a conjuntura da economia mostra que a atividade econômica ainda vai demorar um pouco. Há uma sensação de que as coisas começaram a melhorar. Entretanto, os sinais ainda são muito tímidos. A alta inflação, os juros altos e a possibilidade de aumento dos impostos mantém a projeção negativa do mercado de trabalho, não apenas em Sergipe, bem como no Brasil. E quanto mais empregos perdidos, menos pessoas no mercado consumidor, o que implica na continuidade da recessão”, alertou Laércio.
Um fato importante é que a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico teve saldo positivo em junho, ou seja, a geração de 633 empregos, assim como a agricultura, que obteve um saldo positivo de 386 contratações. A recessão econômica vem causando problemas em todas as atividades econômicas, não se restringindo ao comércio e aos serviços. O primeiro semestre de 2016 já soma uma quantidade de 12.277 trabalhadores demitidos.
Laércio Oliveira lembrou que o mais agravante desse quadro é que são trabalhadores oriundos de empresas formais que estão aumentando a fila de desempregados em Sergipe. “O desemprego não se restringe a capital do estado. Em junho, os municípios de Aracaju (-838), Nossa Senhora do Socorro (-320), Itabaiana (-117) e São Cristóvão (-114) lideraram as demissões. Setores importantes da nossa economia continuam demitindo significativamente, a exemplo da construção civil (-632), comércio (-444) e serviços (-241). A construção civil continua desaquecida”, afirmou.
Ascom Fecomércio-SE