Todo o planeta foi afetado economicamente pela pandemia. Alguns países mais, outros menos. E, assim como há uma discrepância nas ações de combate à covid-19 e do controle da pandemia entre as nações, acredita-se que haverá desigualdade na recuperação econômica entre os países.
O economista e diretor global de Macroeconomia, Comércio e Investimento do Banco Mundial, Marcello Estevão, endossou a possibilidade de uma recuperação econômica assimétrica pós-pandemia. Em entrevista ao Poder 360, transmitida pelo Youtube, Marcello afirma que haverá recuperação acelerada de países desenvolvidos e retomada lenta de países mais pobres.
Para o economista, é fundamental que países menos desenvolvidos tenham mais acesso à vacinação, o que não está acontecendo no momento. Além disso, ele, que já representou o Brasil no G20 quando foi secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda durante o governo de Michel Temer, parabeniza a iniciativa do G20 em postergar o pagamento de serviço da dívida dos países mais pobres. “Em vez de pagar juros e o principal da dívida, os países passarão a ter mais recursos para programas sociais e econômicos”, explica. Isso se faz necessário visto que o Banco Mundial projeta que mais de 100 milhões de pessoas vão entrar no campo da pobreza em 1 ano.
Ao fazer uma relação direta da recuperação econômica com o combate à covid-19, muitos economistas apostam que o Brasil só irá começar a ter resultados positivos quando as intercorrências forem cessadas e as atividades econômicas voltarem a funcionar normalmente. O economista sergipano Idalino Souza explica que não adianta pensar em retomada da economia sem que os setores do comércio, indústria e serviços estejam desimpedidos de restrições. Muito se fala sobre a reforma tributária e a reforma administrativa do governo, porém a retomada da economia depende principalmente do fim da pandemia.
“Cessados os entraves que a pandemia está causando no Brasil, para que o país volte a crescer com números aceitáveis, aí sim será preciso que haja as reformas, principalmente a administrativa, já que a reforma tributária não irá necessariamente diminuir o valor dos impostos, mas sim simplificar a cobrança dos mesmos”, pontua.
De acordo com Idalino, o foco no combate à pandemia torna-se portanto de grande importância, pois apenas com as atividades econômicas funcionando a pleno vapor é que o país começará a respirar. Com isso feito, o Brasil poderá enxergar a possibilidade de crescimento.
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